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quarta-feira, 27 de agosto de 2025

12 anos e 10 treinadores depois, será que se aprendeu algo no Man. United?


"Apenas os resultados não mudaram nos 'red devils' e é a falta destes que faz aumentar a pressão à volta de Amorim, que assumiu um verdadeiro trabalho de Hércules em Manchester

Escrevi aqui, há semana e meia, que Ruben Amorim tinha de começar a entregar. Injusta ou não a cobrança, e acredito que o seja, se não o fizesse a pressão iria disparar. Bem dito, bem feito e voilá! Dois jogos e um ponto depois, pede-se a sua cabeça! Pode não ser justo, mas é hora de Ruben Amorim 'entregar'.
Os adeptos têm sempre menos paciência e muitos entendem que o português teve o que pediu, sobretudo pelos milhões gastos em avançados, ainda não traduzidos em golos. Assim, «acabaram-se as desculpas». Wayne Rooney, que todos já percebemos que não será um génio no banco, disse-o, letra por letra. É que o Manchester United também vive disto e em excesso: velhas glórias com voz transformadas em líderes de opinião.
Se compararmos o final da última época com os jogos realizados, um deles a receção de elevado grau de dificuldade ao Arsenal, é impossível não ver melhorias. Há mais agressividade, a equipa parece mais à imagem do técnico. Quando finalizar melhor e se seguir o processo até ao fim dos 90 minutos os resultados aparecerão. Mesmo assim, faltam peças cruciais. Um guarda-redes, que nunca poderá ser Bayindir ou Onana, sobretudo agora que Ruben Amorim perdeu a confiança no camaronês, seria reforço tão importante como foram Matheus Cunha, Mbeumo ou Sesko.
Além disso, um médio, que acrescente qualidade de passe e dimensão física, e seja o motor da equipa, também não existe no grupo. A Ugarte falta o lado de construtor e Casemiro apresenta-se no ocaso da carreira. Também novas opções para as alas seriam bem-vindas. Faltam três ou quatro jogadores e não é certo que o português receba algum.
Há ainda questão de resolução difícil. O melhor jogador e capitão, Bruno Fernandes, não encontra a sua melhor posição no 3x4x2x1. É verdade que o português não sabe jogar mal, mas fazer de 8 no duplo-pivot nos momentos sem bola fragiliza-o a si e à equipa. À frente, na posição Pote, que seria outra solução, está Mount. Para complicar, Mainoo fica no banco e os adeptos protestam. 
Amorim terá diante do Burnley oportunidade para começar a trilhar outro caminho. Não basta dizê-lo, tem de mostrar que a equipa está diferente, aiinda que transformação tão profunda precise de mais tempo. Moyes, Giggs, Van Gaal, Mourinho, Solskjaer, Rangnik e Ten Hag trouxeram ideias, conhecimentos e lideranças diferentes no pós-Ferguson e falharam. Por isso, a lição continua à espera de ser aprendida — por adeptos, dirigentes, jogadores e até os treinadores."

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