"Gostei de ouvir o treinador do Benfica declarar que não se cala. E gostei tanto mais quando Jorge Jesus invocou o 25 de Abril em defesa do exercício da liberdade de expressão. Pois agora, que vivemos num regime no qual é legítimo criticar as instituições, o Presidente da República, o Governo, as oposições, como haveria de ser possível que a corporação da arbitragem do Futebol, sem qualquer sombra de legitimidade e de escrutínio democrático, se sobrepusesse ao exercício da Constituição da República?
Para além dessa questão de princípio, a determinação de Jorge Jesus é particularmente oportuna. O Benfica perdeu uma preciosa vantagem pontual na liderança do Campeonato porque se ressentiu do desgaste de um jogo em condições terríveis: a temperatura de 15 graus negativos, o terreno que não passava de um batatal e a brutalidade impune de alguns adversários.
Mas não foi só esse desgaste que roubou pontos ao Benfica. Foram também os penálties por marcar em Guimarães e em Coimbra, foi o duplo fora-de-jogo de onde saiu a cabeçada para o golo da vitória, martelada, do jogo entre os dois primeiros da classificação. Isso para não falar de erros que têm levado ao colo adversários do Benfica. Mas se os árbitros reconhecem que errar é humano, com que direito querem impor o silêncio sobre os seus erros?
É de prever que a recta final da temporada coincida com uma multiplicação de casos e de erros. Por isso, em defesa da verdade desportiva e no exercício constitucional da Liberdade, eu também não me calo. Já somos dois? Não. Somos milhões.
Nota: É em todas as modalidades e em todos os escalões. Se vissem a arbitragem miserável que eu vi num jogo de Basquetebol entre miúdos Sub-16!"
João Paulo Guerra, in O Benfica
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