"O arranque do Benfica, ao cabo das três primeiras jornadas da Liga, afigura-se sofrível e também susceptível de provocar alguma apreensão. Com um elenco praticamente inalterado, até beneficiário de reforços, esperava-se mais no dealbar da temporada.
Há razões de natureza técnico-táctica? Há, decerto.
Há razões de queixa dos desempenhos arbitrais? Há, decerto.
Ainda assim, fica a convicção de que o principal problema é mesmo de natureza emocional.
A forma traumática como terminou a última época e a derrota no Funchal na abertura do novo ano como que condicionam o rendimento do colectivo, ao passo que acentuam traços depressivos em franjas significativas da gigantesca legião adepta.
Alegria, não pode faltar alegria ao Benfica. Jogar alegre é jogar melhor. Jogar amargurado é jogar deficitariamente. Nada está perdido, mas impõe-se recuperar a alegria de jogar, afinal um elemento distintivo da turma vermelha nos últimos anos, capaz de a catapultar aos patamares cimeiros, quer a nível doméstico, quer no contexto internacional.
A alegria não se dá, conquista-se. O Benfica tem de forma imperativa que a (re)conquistar.
Alegria no campo e em redor dele. Alegria nos processos, alegria nas consequências. Este Benfica depende muito da alegria.
Os aficionados suspiram por alegria. O Benfica, no seu todo, carece de um choque psicológico. Esconjurando fantasmas e seus medos, retomando alegria e seus arremedos."
João Malheiro, in O Benfica
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