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quinta-feira, 26 de julho de 2018

Dilema Jonas...

"De novo... e agora em dose dupla: sair ou ficar?; daí... 4x3x3 ou 4x4x2? Onde entram Ferreyra e Castillo -  e a luta por firme n.º 8

Ia a meio a última temporada, pela 1.ª vez surgiu dilema Jonas... O Benfica tetracampeão sempre jogara, por regra, em 4x4x2 - e assim continuou até Rui Vitória entender, e justificadamente, que, face à vincada fragilidade da linha média (Pizzi muito longe do seu brilhantismo na época anterior), teria de reforça-la com mais uma unidade na zona central; aí, Jonas ou sairia do onze (impensável!), ou teria de avançar para ponta de lança... único (função que não lhe é a mais adequada); Jonas avançou, adaptou-se e com rendimento muito superior ao que eu esperava, sendo possível conjugar 4x3x3 e Jonas - o Benfica perdeu corrida ao título nas semanas, salvo erro 4, em que ele esteve lesionado, jogo-chave com o FC Porto inclusive.
Porquê volto a falar de dilema Jonas? Agora, direi mesmo duplo dilema...
1 - Face a hipótese de transferência mediante proposta das Arábias até para o Benfica, que fazer? Como negócio chorudo, seria de nem pestanejar! Jonas, neste momento livre para assinar por qualquer outro clube já em Janeiro, tem 33 anos e crónico problema de lesão, nas costas. Contraponto: ate prova em contrário, é o melhor jogador do Benfica, o mais decisivo; perdê-lo faria Rui Vitória arrepelar-se num tempo crucial: eliminatórias (desejavelmente duas) rumo a entrada na Champions, grande objectivo, financeiro e desportivo, cujo sucesso ou insucesso poderá marcar toda a época.
2 - Com Jonas, ou sem ele, regresso ao 4x4x2 de 4 títulos consecutivos, ou continuidade do 4x3x3 dos últimos meses? Sem Jonas, nenhuma dúvida: 4x3x3. Permanecendo ele, dúvida... enorme! Quanto a mim, com muito forte tendência para 4x4x2. Porquê? Pertinente pergunta, depois de sistema com 3 médicos centrais ter estabilizado a equipa na 2.ª metade do anterior campeonato e de Rui Vitória o ter mantido - porque quase sem Jonas? - nos primeiros jogos de preparação (obviamente, escrevo antes do confronto com Borussia Dortmund, em plena madrugada). Acontece que o Benfica adquiriu 2 pontas de lança, Ferreyra e Castillo, com potencial muito superior ao de Jiménez (puro avançado de grande-área nunca foi) e, sobretudo, de Seferovic, o qual, pelo que lhe conhecia, só me surpreenderia se não fosse fiasco - como, logo de inicio, e múltiplos vezes, afirmei. Se Ferreyra (dele, no Shakhtar, tenho boa ideia: inteligente, eficaz) e Castillo (desconhecia) confirmarem ser verdadeiros pontas de lança, esse duplo investimento ficará no banco de suplentes, sendo Jonas o único avançado de grande-área?! Faz zero de sentido! Portanto, um deles e Jonas; logo, 4x4x2.

Importantíssima ressalva: quem para acompanhar Fejsa no duo central do meio-campo, anterior calcanhar de Aquiles? Decerto muitíssimo por isso Rui Vitória suplica: n.º 8 a sério, com consistência técnica e atlética par impor firme ritmo nessa crucial zona (daí renhida luta por Gabriel, de cuja valia não tenho boa noção). Krovinovic? Fim da baixa clínica parece não estar para breve (e não vejo como n.8 em 4x4x2, sim mais solto, sobre a esquerda ou como provável alternativa nas ausências de Jonas). Então Pizzi, se regressado à grande forma da penúltima temporada? Poderá passar para o flanco direito (onde jogou largos anos)... caso Salvio seja transferido (será?).
Tal como no FC Porto e no Sporting (ambos acelerada recuperação de perdas no plantel), no Benfica há ainda muito por definir - neste caso, sobretudo quanto a saídas que permitam quiça bem necessário encaixe financeiro: Salvio? (depois de Jonas, o talento mais consistente) Grimaldo? (abria-se buraco...) Samaris? (quase de certeza) Seferovic? (comprador procura-se) Bruno Varela? (mantém-se a saga de dúvidas sobre guarda-redes?!...). Rúben Dias? (seria muito prematura saída, até, creio, para ele). Já agora 5 defesas centrais! Lógica diz: 1 em excesso. Sendo intocáveis Jardel, Rúben Dias,  e Luisão (ano a fechar estupenda carreira de capitão) e estando o recém-chegado Conti a mostrar boa qualidade, irá sobrar para Lema, outra contratação, anunciado como mais experiente, mas que o treinador quase ainda não pôs em campo?
Entretanto, chega o menino Gedson, vindo da formação e da equipa B. Muito promete - a ele, sim, é um n.º 8. Há isso de dar tempo ao tempo... Saberá qual o tempo certo o treinador que, num jato, lançou Gonçalo Guedes, Nélson Semedo, Renato Sanches, Lindelof, Ederson...
Óbvio: noutro dia, falarei de como vai indo a reconstrução de plantel no FC Porto e no Sporting."

Santos Neves, in A Bola

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