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domingo, 19 de outubro de 2025

O jeito que dá um filósofo grego num Benfica de poucas ideias


"Pavlidis bisou em Chaves e conduziu os encarnados à próxima eliminatória da Taça de Portugal

Quatro jogadores da formação do Benfica no onze inicial é novidade da era José Mourinho, mas o jogo convidava. Uns chegaram tarde das seleções, outros estavam guardadinhos para Newcastle, onde terça-feira há jogo de capital importância para os encarnados, pois derrota significa condenar seriamente o apuramento para a fase seguinte da competição e, ao mesmo tempo, tramar Rui Costa na corrida pela reeleição no Benfica. 
Mas perder em Chaves e ser eliminado da Taça de Portugal também seria um presunto difícil de digerir para os encarnados, pelo que José Mourinho, como prometera na confererência de Imprensa, apresentou uma equipa que não estava para brincadeiras. Filipe Martins, treinador deste Barcelona de Trás-os-Montes, não desiludiu e mostrou também que estava em campo para assinalar o quilómetro 0 para o Jamor.
O Benfica ainda lutava, todavia, para impor-se quando, sem que algo de especial o justificasse, chegou ao golo. Minuto 8, intercepção deficiente de Muscat, bola sobrava para Pavlidis e golaço. Pé direito, bola cruzada, a aninhar-se na rede lateral esquerda da baliza flaviense.
O golo mais madrugador deste Benfica de Mourinho sugeria tranquilidade. Sugeria... Aos 12', Samuel Soares começou, pois, a mostrar nervoso miudinho, deixando escapar bola fácil, que deveria ter morrido entre as mãos. No instante seguinte segurou bola que nascia na cabeça de Pedro Pinho, mas era o Benfica que prosperava e aos minutos 18 e 19 ameaçava inclusivamente agravar as expectativas flavienses. Pavlidis, porém, errava o alvo e Lukebakio, isolado, permitia a defesa de Gudzulic, sérvio do Chaves.
Os equipamentos 'blaugrana' começavam então a justificar a alcunha e em dois minutos quase chegavam à igualdade: Samuel Soares, sempre ele, no melhor e no pior, primeiro desviando bola de Pedro Pinho, depois deixando escapar mais uma bola das mãos, que só por muita sorte não acabou nas redes da sua baliza. Até ao intervalo, Lukebakio (32') ainda aqueceu as mãos ao guardião do Chaves e Pau Victor errou a baliza encarnada por pouco.
José Mourinho estava avisado em relação às intenções do Chaves de Filipe Martins, que era visto com linha de cinco mas jogava como um 3x4x3, e decidiu mudar. João Rego, a surpresa do onze inicial, dava o lugar ao mais óbvio Schjelderup.
O jogo não estava bonito e ao minuto 56, o que parecia ser um ataque prometedor do Chaves, transformou-se, por falta de qualidade na saída, em ocasião para o Benfica, disparo de Enzo Barrenechea, nova defesa do guarda-redes. O Benfica não enchia as medidas, mas jogava perto da baliza do Chaves e aos 58' Kiko Pereira fez mesmo falta sobre António Silva para penálti, não considerada por David Silva. Não havendo VAR, no contra-ataque Samuel Soares impediu que o Chaves chegasse à igualdade.
As coisas aqueciam, Pavlidis tentava uma vez mais, mas dentro da área não ultrapassava Gudzulic. Era o minuto 61 e Schjelderup já fazia a diferença na esquerda. O extremo norueguês era a seta que incomodava os flavienses e quando estes arriscavam mais no meio-campo ofensivo do Benfica quase pagavam caro. Lukebakio não conseguiu transformar belo cruzamento de Schjelderup em golo, logo a seguir era Barrenechea a oferecer a Gudzulic a defesa da noite.
Adivinhava-se e chegaria. Mais um bom golo de fora da área do filósofo grego, que terminou aos 79' com o jejum da equipa, que vinha dos jogos com Chelsea e FC Porto, e confirmou que tem presença com fartura... fora da área. Benfica dá passo na direção do Jamor."

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