"Como jogou o Chaves
Expectativas elevadas para ver como Filipe Martins e José Mourinho iriam abordar o jogo, tendo em conta o momento e o contexto de ambas as equipas.
O treinador flaviense operou oito alterações no onze inicial, mantendo o habitual 1x3x4x3 como ponto de partida táctico.
Sem bola, montou a sua equipa para defender em bloco médio-baixo numa estrutura em 1x5x4x1.
A ideia seria não só controlar melhor a largura, procurando contrariar o jogo exterior encarnado, como também garantir coberturas defensivas compactas que não permitissem qualquer acesso a eventuais segundas bolas na defesa de cruzamentos.
Contudo, o plano inicial de Filipe Martins acabou por sofrer um duro revés quando, aos sete minutos, Pavlidis aproveitou a distração de Bruno Rodrigues (concedeu demasiado espaço ao avançado grego, que baixou entrelinhas para receber e rodar) para inaugurar o marcador com um remate forte e colocado.
A postura defensiva do Chaves não se alterou até ao minuto 20. A partir daí Filipe Martins alterou posicionamentos e comportamentos. A sua equipa passou a pressionar alto em 1x5x2x3, condicionando a Fase de Construção encarnada.
Graças a essa alteração estrutural e comportamental, o Chaves passou a recuperar mais bolas em meio-campo ofensivo, acabando por se aproximar com mais frequência junto da baliza de Samuel Soares.
Os alas passaram a estar mais projetados, os extremos passaram a estar mais por dentro e entrelinhas (algo bastante visto no Sporting de Rúben Amorim) e a equipa passou a ter mais soluções de ligação ofensiva (tanto por dentro como por fora).
Nesta fase do jogo e até ao final da primeira parte, faltou ao Chaves uma melhor definição nos últimos 30 metros para tirar partido de situações de vantagem posicional.
Como jogou o Benfica
O Benfica apresentou apenas três novidades no onze inicial: Samuel Soares na baliza, Tomás Araújo como defesa central e João Rego como extremo esquerdo no 1x4x3x3 idealizado por José Mourinho.
Em organização ofensiva, alguma variabilidade estrutural aquando da Fase de Construção por parte do Benfica: ora em 1x4x3x3 bem definido, ora em 1x2x3x2x3, ora ainda em 1x3x2x5.
Novidade maior no momento ofensivo do Benfica foram os posicionamentos de Lukebakio e João Rego ao longo de toda a etapa inicial aquando da Fase de Construção: ambos em largura máxima, sobre a linha lateral, procurando alargar ao máximo a linha defensiva de cinco do Chaves.
No entanto, os posicionamentos dos extremos encarnados nunca foram bem aproveitados, seja por ausência de apoios próximos para situações de 2vs2 ou 2vs1 ofensivo, seja pela inexistência (uma vez mais) de jogo interior.
Aliás, o Benfica sentiu sempre dificuldades para criar desequilíbrios sobre os corredores laterais. Sobre a esquerda por não haver vantagens sócio-afectiva (rotinas) entre Dahl e Rego; sobre a direita por falta de propensão ofensiva de Dedic e de maior mobilidade por parte de Lukebakio.
Ainda assim, os encarnados poderiam ter dilatado a vantagem no marcador até ao final da etapa inicial, quer através de Pavlidis, quer de Lukebakio.
A vantagem encarnada ao intervalo justificava-se, pese embora a baixa intensidade mental e física apresentada pelo Benfica no seu momento ofensivo.
A etapa complementar trouxe Schjelderup para o lugar de João Rego.
O norueguês, mais maduro e habituado às lides da equipa principal, acabou por ser o destaque maior dos encarnados na segunda metade do encontro.
Não tendo deslumbrado com acções individuais acima da média, Schjelderup potenciou as subidas em apoio e desequilíbrio por parte de Dahl.
O lateral sueco sentiu-se mais confortável com o norueguês em campo, o Benfica passou a utilizar o flanco esquerdo com maior regularidade e o momento ofensivo das águias passou a ser uma realidade nos três corredores (ainda que o corredor central continue a ser mais uma via basculatória do que um caminho a ser explorado com frequência).
Como consequência natural da nova dinâmica resultante da entrada de Schjelderup, e aproveitando o facto de o Chaves expor-se mais na procura do golo do empate, o Benfica construiu mais situações de aproximação às zonas de finalização na etapa complementar.
Não fosse algum desacerto no momento da definição e as boas intervenções do guardião flaviense, e o Benfica teria sentenciado a partida mais cedo.
Uma sentença que acabou por ser confirmada por Pavlidis, num lance criado pelo próprio e que demonstra a importância que tem na manobra ofensiva encarnada.
Até ao final, destaque apenas para a estreia do extremo Ivan Lima (20 anos) na equipa principal do Benfica.
Conclusão
Vitória justa do Benfica numa exibição q.b., com direito à gestão física e mental de Trubin, Richard Ríos e Otamendi.
MVP
Pavlidis"

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