"Apesar dos 112 anos já celebrados, o Sport Lisboa e Benfica mantém-se um clube jovem, com uma vitalidade invulgar, pioneiro nos desafios que enfrenta e vanguardista nos projectos que abraça.
O Clube consolida-se nas referências, memórias, histórias de todos quantos nos ajudaram a chegar aqui, mas os principais alicerces são sem dúvida os seus sócios e as suas ambições. Sem eles e sem os seus sonhos, a nossa história seria diferente, para bem pior.
A força do SL Benfica, a sua vitalidade, vem directamente da capacidade que o Clube sempre teve em conquistar o maior número de sócios. Eles fazem parte da história e ajudam a fazer a história do Clube, desenhada e moldada pelo talento de Eusébio, Coluna e tantos outros jogadores que, com o seu futebol, honraram os valores e a memória dos nossos fundadores.
Juntos, soubemos superar os momentos mais difíceis e festejar alguns dos feitos mais notáveis do Clube. Os sócios são o principal activo do Sport Lisboa e Benfica, testemunhas e responsáveis pelo nosso destino. Sem eles, não teríamos conseguido afirmar-nos como um dos clubes mais modernos da actualidade.
O maior perigo que os tempos actuais nos fazem correr é o do conformismo, o de achar que o passado nos garante o futuro, o pensar que o sucesso está garantido pelo que já fizemos. Nada mais errado, o conformismo destrói a autoexigência que tivemos até aqui e que nos fez transformar um clube debilitado, sem credibilidade e amorfo, num dos maiores clubes do mundo, admirado pela sua inovação e pela sua permanente capacidade de se reinventar.
Este orçamento traduz essa vontade de continuar a fazer diferente, de continuar a fazer primeiro. Este orçamento traduz o nosso inconformismo e marca novos objectivos na vida do Clube.
Vamos continuar a apostar nas modalidades porque elas fazem parte do nosso ADN. Vamos seguir nas modalidades o exemplo do que fizemos no futebol: apostar na formação. Só desta forma podemos continuar a ser competitivos sem fazer disparar o valor do investimento.
Queremos ser competitivos do ponto de vista desportivo, mas realistas do ponto de vista financeiro. Queremos continuar a ganhar, mas com custos controlados e dando oportunidade a jovens que sentem a nossa camisola de uma forma totalmente diferente daqueles que chegam apenas para a vestir durante um ou dois anos. Todos são importantes, mas que os jovens formados no clube sejam cada vez “mais importantes”.
Contamos hoje com mais de 8 mil atletas em todas as modalidades e escalões etários, um número impressionante que nos orgulha enquanto clube e nos dá a real dimensão do trabalho produzido ao longo dos últimos anos.
Uma palavra devida ao nosso projecto olímpico num ano em que vamos ter atletas no Rio de Janeiro. Este projecto nasceu antes dos Jogos de Pequim, ultrapassou Londres e chega agora ao Rio de Janeiro. É um projecto que nos orgulha, porque, sem ele, muitos atletas não teriam condições de representar Portugal. O nosso projecto olímpico é um dos exemplos mais relevantes de serviço público que o Clube presta anualmente ao país. E, se reclamo este exemplo, não é para colher louros de um projeto que me orgulha ter no Clube, mas apenas para lamentar a falta de reconhecimento com que na maior parte das vezes o poder político trata os clubes nacionais.
Uma das apostas deste ano passa pela valorização da “marca”. Vamos abrir novas lojas, uma delas já este mês, na baixa de Lisboa. Uma loja moderna, no coração da cidade, em ligação com o estádio e a promover a marca Benfica junto dos milhares de turistas que diariamente visitam a capital portuguesa.
Mas a expansão da nossa distribuição não vai parar aí. Vamos investir no merchandising, na diversificação da oferta, na expansão da rede de vendas à disposição dos nossos adeptos, na valorização do SL Benfica enquanto marca global. E neste último capítulo as nossas Casas, quer a nível nacional quer internacional, vão ajudar-nos.
O processo de uniformização de imagem prossegue, a sua ligação em rede é um projeto que começa a ganhar corpo. Em breve as Casas do Benfica vão poder oferecer a todos os benfiquistas, independentemente da área geográfica que servem, os mesmos serviços que estes podem encontrar no Estádio da Luz. É uma nova revolução, dentro das várias revoluções que o Clube tem feito nos últimos anos.
Na próxima época, as Casas do Benfica terão implementado a ligação em rede, que, além de ser um projecto pioneiro no mundo do futebol, representará uma melhoria significativa na proximidade com todos os sócios e adeptos, estejam eles onde estiverem.
Com esta estratégia de crescimento, as Casas do Benfica assumem particular relevo, uma vez que terão as ferramentas necessárias para assegurar a bilhética, o serviço de apoio aos sócios, a venda de todos os produtos e distintos serviços oferecidos no estádio.
O sucesso nos testes já realizados dentro e fora de Portugal permitirá assim que na próxima época o Clube esteja ainda mais próximo dos seus sócios e adeptos através das nossas Casas do Benfica.
O próximo ano será igualmente um ano de novas definições em relação ao que serão as Casas do Benfica em 2020, com uma forte reestruturação de conceitos, serviços, apostando fortemente na formação dos colaboradores que temos nas Casas. Mais serviços de parceiros SLB, novas fontes de receitas e reforço da marca através de campanhas de marketing e fidelização vão ser apresentados nesta época.
Serão abertas mais 5 Casas do Benfica e reformuladas mais 20 dentro e fora de Portugal.
Uma palavra final para o nosso futebol de formação. Neste ano conseguimos mudar o paradigma no topo da pirâmide. Foi o reconhecimento de anos de trabalho a nível da formação, o reconhecimento da qualidade que temos no Caixa Futebol Campus (CFC), da competência humana e das condições materiais que todos os anos conseguimos melhorar.
Esta mudança de paradigma não foi imposta, foi feita por convicção. Ao contrário de outros, não fomos forçados a seguir esse caminho. Chegamos a esta fase de forma planeada e desejada. Foi para chegar aqui que investimos e desenvolvemos o CFC ao longo dos últimos 10 anos. O Seixal é hoje um centro de excelência na formação de jovens, e isso é reconhecido a nível internacional.
Os benfiquistas têm de ver o CFC como um projecto de geração de valor para o Clube. E quando falo em geração de valor, não significa apenas o que vier a resultar da venda de atletas. Quando somos o principal clube a fornecer jogadores às selecções nacionais jovens (este ano foram 32 atletas) ou quando se disputam de forma continuada títulos nacionais e internacionais, isso significa gerar valor e reputação para o SL Benfica. A aposta vai continuar.
Continuarei, como sempre, a procurar garantir o equilíbrio entre a razão que nos garante o presente, mas principalmente o futuro, e a emoção, sem a qual nada do que construímos faria sentido."
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