"O investimento no futebol tem vindo a aumentar, mas infelizmente também as assimetrias entre clubes, com inerente perda de competitividade. Os clubes portugueses sentem cada vez mais esta discrepância face aos principais campeonatos europeus. Ainda assim, é inaceitável que os jogadores sejam condicionados na escolha de oportunidades desportiva e financeiramente mais vantajosas numa carreira de desgaste rápido e de curta duração. O que deve ser feito, em nome da integridade do desporto e das competições, é proteger os que têm menos oportunidades e auferem rendimentos mais baixos. É necessário recentrar a política desportiva na defesa do praticante, o maior activo do desporto.
O sindicato, na defesa do jogador, actua de forma integral. Promovemos a educação e as carreiras duais, bem como a educação financeira, reivindicamos melhores condições laborais, que não se resumem aos salários praticados, defendemos mecanismos de protecção social convocáveis perante incumprimento salarial, desemprego, lesão ou doença incapacitante e fim de carreira, a protecção da saúde física e mental dos jogadores, entre outras. Dos vários projectos em curso, quero destacar o Fundo de Pensões, constituído em parceria com a Comissão de Atletas Olímpicos e com o apoio da Federação Portuguesa de Futebol. Este instrumento de poupança, desenhado para jogadores com baixos rendimentos, permite, nos termos da proposta de alteração legislativa apresentada, que o jogador possa resgatar a poupança resultante das suas contribuições aos 35 anos, idade média para o término de carreira. Este reforço financeiro pretende responder a um período que, por natureza, acarreta dificuldades acrescidas, quer pela perda dos rendimentos enquanto atleta quer pela necessidade de reintrodução no mercado de trabalho. Uma resposta na óptica do jogador!"
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