"Em tempos, um antigo primeiro-ministro demitiu-se para,
segundo o próprio, evitar uma
situação pantanosa no país.
Lembrei-me desse episódio da
história da política portuguesa
no momento da saída de Bruno
Lage do Benfica.
Desta vez não foi o próprio
a tomar a decisão, embora na
conferência de imprensa pós-
-jogo da Champions tivesse, de
algum modo, posto o lugar
à disposição. Mas o “pântano”,
depois dos dois últimos resultados, e em contexto pré-eleitoral,
estava, de facto, no horizonte.
O Benfica perdeu pela primeira
vez na temporada. Já conseguira alcançar dois importantes
objectivos (Supertaça e qualificação europeia), e mantém as
suas ambições intactas em
todas as competições. Houve
importantes constrangimentos
na preparação da época, desde
logo a falta de tempo de férias,
para além das mudanças encetadas no plantel.
E 2024/25 acabou mal. Houve
infelicidade e também interferências de terceiros – sendo a
final do Jamor o caso mais
emblemático. Mas a ausência de
títulos, num clube como o Benfica, deixa qualquer treinador fragilizado.
O empate com o Santa Clara foi
um murro no estômago para
todos. A derrota caseira com
o Qarabag, com os contornos que
teve, terá imposto a necessidade
urgente de mudar alguma coisa,
sob pena de a contestação e a
intranquilidade (o tal “pântano”)
condicionarem os próximos jogos
e, com eles, toda a temporada.
Na hora em que escrevo, ainda
não está formalizada a escolha
do sucessor. No imediato,
o mais importante é que devolva
estabilidade e confiança à equipa – que, particularmente neste
último jogo, me pareceu demasiado ansiosa.
Do lado de fora, também os benfiquistas, todos, todos, todos,
têm de ajudar com o seu apoio,
independentemente de gostarem mais ou menos do treinador A ou B, ou do presidente X
ou Y. O que está em causa é o
Benfica, é uma temporada desportiva. E os rivais não vão ficar
à nossa espera."
Luís Fialho, in O Benfica

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