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sexta-feira, 3 de junho de 2016

Desvirtuar olímpico

"Sem surpresa, os clubes portugueses de referência impediram os seus principais futebolistas de integrar a equipa olímpica no Rio-2016. Muitos defendem a obrigatoriedade da participação, mas os clubes não estão forçados pela FIFA a libertar os seus jogadores para os Jogos Olímpicos (JO). Mais, estes são uma competição entre atletas e não entre países. O Comité Olímpico Nacional (CON) tem a sua Missão, não é uma selecção nacional, à semelhança do que acontece nas competições sob égide das federações internacionais.
Com realismo, o seleccionador Fernando Santos lançou a questão da pertinência da inclusão do futebol nos JO, abordando a incompatibilidade do calendário com a preparação das equipas profissionais.
Com o mesmo pragmatismo, os clubes que se pavoneiam com um projecto olímpico deviam assumir, de forma clara e inequívoca, que a participação olímpica no futebol não é, de todo, uma prioridade. Ou seja, o projecto olímpico aposta em atletas de modalidades com excepção do futebol e, regra geral, não são um verdadeiro projecto desportivo, mas contratações cirúrgicas a clubes de menor dimensão.
E como fica a eficiência do investimento do CON que financia mensalmente a preparação de uma equipa olímpica de futebol que se qualificou para os JO, com expectativas de resultados de mérito, quando na verdade, os atletas e a qualidade desportiva que assegurou essa qualificação poderá não ser a mesma que vai competir?
E se na canoagem - ou noutra modalidade em que as quotas são alocadas ao CON e não ao atleta - os atletas enviados aos JO fossem de qualidade desportiva inferior à dos que conseguiram a qualificação, por estes estarem impedidos de participar pelo seu clube? Nesse caso, a federação e o atleta estão obrigados a devolver os montantes recebidos para a preparação. Vai ser assim para todos?"

Mário Santos, in A Bola

PS: Quando dirigentes (ou e-dirigentes) do CON insistem em criticar directa ou indirectamente o projecto olímpico do Benfica (a grande maioria deles Lagartos!!!), ficamos a saber que eles percebem que a existência do projecto, só prova a sua própria incompetência/irrelevância... já que os atletas são obrigados a recorrer aos Clubes, para obterem a estabilidade económica que lhes permite preparar os JO convenientemente.
Clubes que diga-se, não ganham 'nada' com os JO, ao contrário do COI e dos vários CON!
Ao contrário também de muita gente que ocupa lugares no COI ou nas Federações, que deve a existência dos seus 'tachos', a subsídios públicos, supostamente para darem apoio aos atletas. E quando esses atletas recorrem a terceiros (neste caso os Clubes), deixam de ficar dependentes desse grupo de 'tachistas' e dos subsídios que precisam das suas assinaturas!!! Portanto, esta 'azia' até é compreensível...

Em relação ao torneio de futebol masculino, a 'culpa' é na sua totalidade partilhada pela FIFA e pelo COI. Os Clubes só defendem os seus interesses. Bastava existir um acordo entre a FIFA e o COI, para que os calendários fossem adaptados aos 16 dias, de 4 em 4 anos, dos JO...

O COI não aceita partilhar os direitos comerciais e televisivos dos JO com a FIFA (ou com outra qualquer Federação internacional), está no seu direito. Agora não atirem as 'culpas' para cima dos outros, que têm responsabilidades contratuais com os atletas, pagando-lhe ordenados, muitas vezes elevados, durante as suas carreiras desportivas de muitos anos...

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