"A lesão da cartilagem é uma das condições mais temidas por futebolistas e praticantes de atividade física. Atualmente, já representa uma das despesas de saúde mais relevantes em todo o mundo. Frequentemente, o diagnóstico de lesão da cartilagem está associado à ideia de que a carreira ou a capacidade de continuar a praticar desporto está em risco. Mas será que essa visão corresponde à realidade?
A cartilagem articular é um tecido liso e resistente que recobre as extremidades dos ossos, permitindo o movimento sem atrito. No joelho, desempenha um papel crucial na absorção de impactos e na estabilidade. Quando lesada – seja por trauma, sobrecarga ou degeneração – pode levar a dor, derrame e limitação funcional.
A convicção de que uma lesão de cartilagem é irreversível e marca o declínio da carreira desportiva é, na maioria das vezes, um mito. A medicina atual, especialmente a medicina regenerativa, oferece soluções inovadoras que podem retardar ou até reverter o desgaste cartilagíneo.
Entre os tratamentos modernos mais promissores está o super plasma rico em plaquetas (SPRP), uma terapia biológica que utiliza os fatores de crescimento presentes no sangue do próprio indivíduo para estimular a reparação tecidular e acelerar a cicatrização. Este tratamento promove a regeneração da cartilagem e é, particularmente, útil em lesões precoces. Existem ainda suplementos vitamínicos muito úteis para a manutenção articular.
No que diz respeito à cirurgia existem também várias novidades. O nosso grupo desenvolveu um enxerto de cartilagem inovador (Porto GUT) que preenche as áreas danificadas do joelho.
A utilização desta cartilagem tem diversas vantagens: menor agressão, preservação da cartilagem saudável do joelho, compatibilidade biológica com rápida integração dos tecidos e resultados funcionais excelentes em atletas.
A lesão da cartilagem deixou, por isso, de ser uma sentença irreversível.
O futuro da ortopedia desportiva já começou. A combinação de técnicas pioneiras com a medicina regenerativa oferece uma recuperação e a possibilidade de regresso ao mais alto nível, proporcionando recuperações que seriam impensáveis há uma década.
O sucesso dependerá sempre de um diagnóstico precoce, bem como de reabilitação pró-ativa e personalizada."

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