"Sporting e Benfica defrontam-se há 113 anos, numa rivalidade que nasceu no futebol e expandiu-se de bicicleta, para marcar a história do desporto português. Desde aquele dia longínquo, dos tempos da monarquia, em que águias e leões mediram forças, pela primeira vez, em Carcavelos, até ao ano de 2020, muita água passou debaixo da ponte Luís I, mas a força do dérbi nunca deixou de alimentar-se de um combustível poderoso, a força dos seus adeptos. É, aí, numa circunstância que transcende conjunturas, que reside a especialidade desta contenda centenária, indiferente, no momento do confronto, a situações de força ou fraqueza pontuais. Na hora do dérbi, a luta é sempre entre pares, tornando a incerteza na única coisa certa (e irrelevantes os 16 pontos que separam estes rivais eternos na tabela classificativa).
Hoje, pela 208.ª vez em jogos oficiais, leões e águias vão estar frente a frente, numa partida que historicamente vale sempre mais do que os três pontos em disputa.
Na abordagem ao dérbi que ontem fizeram, Jorge Silas e Bruno Lage mostraram respeito pelo opositor. E é neste registo de civismo que devem ser lançadas as bases do dérbi. Lembrando os grandes presidentes João Rocha e Borges Coutinho, que numa circunstância tensa das relações entre os clubes, tiveram a grandeza de ouvir o apelo do Presidente da República António Spínola e apontar ao futuro num clima de cordialidade...
Arrigo Sacchi, um dos melhores treinadores de sempre, disse um dia que, na vida, «o futebol deve ser o coisa mais importante das coisas menos importantes». Carregado de razão..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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