"Foi com enorme tristeza que tomei conhecimento da morte de Paulo Gonçalves. Sigo o Rally Dakar ano após ano, e desde de há muito que o piloto de Esposende era aquele que mais simpatia e admiração me despertava, quer pela tenacidade com que superava cada desafio que tinha por diante, quer pelo notório fair play com que encarava a competição e que em mais de uma ocasião o distinguiu.
A minha admiração por ele ficou reforçada a partir do momento em que celebrou uma parceira com o Benfica (clube do seu coração), e passou a disputar os ralis exibindo orgulhosamente o emblema da águia no capacete, levando assim a nossa marca até aos desertos. Bem sei que o Dakar não é coisa de clubes, mas, para mim, Paulo Gonçalves era 'o piloto do Benfica'. Além do mais, era também o português que me parecia mais perto de, um dia, ainda poder vir a conquistar a competição.
De resto, chegou a ficar em segundo lugar, e então todos tivemos a oportunidade de o aplaudir numa apoteótica volta olímpica ao relvado da Luz no intervalo de um jogo.
Por mais e melhores mecanismos de segurança que se implementem, os desportos motorizados têm sempre uma elevada componente de risco. Já mais de duas dezenas de pilotos perderam a vida nas várias edições do Dakar - tida como a prova mais dura do mundo. Mas quando toca a alguém que admiramos especialmente, a pergunta que se coloca, e para a qual não obtemos resposta é: porquê ele?
Que o exemplo da sua bravura nos inspire a todos. E que esta noite a nossa equipa de futebol lhe possa dedicar a vitória que ele certamente bem gostaria de festejar.
Descansa em paz. Campeão!"
Luís Fialho, in O Benfica
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