"Nascido em Grijó, Vila Nova de Gaia, foi no FC Porto que André Gomes deu os primeiros pontapés mais a sério. Porém, acabou por não conseguir fixar-se nos dragões e jogou uma época no Pasteleira, de onde se mudou para o Bessa. Foi aí que o Benfica o foi buscar, ainda júnior.
O talento de André Gomes nunca foi posto em causa, nem na Luz nem nas selecções jovens. Todavia, no Benfica de Jesus, onde a concorrência para as posições 6 e 10 é forte, as oportunidades nunca abundaram. Logo, foi com surpresa que foi acolhido o anúncio da venda dos direitos desportivos deste jogador a um fundo de investimento por... 15 milhões de euros, operação explicada, à exaustão, à CMVM.
Anteontem, Jorge Jesus decidiu chamar André Gomes para uma posição diferente daquela que habitualmente ocupa: jogou a 6 contra o FC Porto e fê-lo com particular acerto, ajudando o Benfica a disfarçar a inferioridade numérica com que teve de conviver. E ainda teve arte e engenho para marcar um golo só ao alcance de uns quantos, que carimbou o passaporte encarnado para a final do Jamor.
Não é difícil identificar em André Gomes uma grande margem de progressão e quem achou muito, em Janeiro passado, os 15 milhões pagos ao Benfica pelos seus serviços, provavelmente hoje pensará de forma diferente. Manter um departamento de formação e prospecção ao nível do que fazem Benfica, Sporting e FC Porto é muito caro. Os clubes precisam, aqui e ali, de ter um André Gomes que ajude a equilibrar as contas, para poderem manter em carburação as suas fábricas.
Em Portugal, o caminho da prospecção/formação é o único que pode gerar riqueza e sucesso desportivo. E o Benfica, que partiu muito de trás, já pode ser olhado como um exemplo."
José Manuel Delgado, in A Bola
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