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sexta-feira, 8 de março de 2019

Melhores a defender do que a atacar

"Do ponto de vista ofensivo faltaram mais jogadores a procurar o espaço entre as linhas

Defesas compactas
1. Jogo muito equilibrado, ambas as equipas estiveram melhor no campo defensivo do que no ofensivo. Poucas oportunidades de golo, curiosamente com uma a abrir a partida (Grimaldo) e outro no final (Situm). O encontro foi muito apertado, com poucos espaços. Blocos demasiado compactos e consistentes. O jogo acabou por ser decidido num pontapé de penálti numa falta desnecessária do Rúben Dias. Os centrais do Benfica tiveram alguns problemas no corredor central, como aconteceu com Ferro, num lance a fechar a primeira parte.

A falta de Seferovic
2. Com duas equipas compactas e fortes na pressão, o Benfica sentiu bastante a saída de Seferovic, depois da lesão do avançado suíço. Após a substituição de Seferovic, o Benfica deixou de ter a capacidade para procurar as costas da defesa do Dínamo, com problemas no jogo em profundidade. Além disso, os extremos do Benfica jogaram muito pouco abertos, pois cabia aos laterais dar largura ao ataque. Corchia e Grimaldo deram essa largura, mas nunca a profundidade. Do ponto de vista ofensivo, faltaram mais jogadores a procurarem espaço entrelinhas e a jogar no bloco do Dìnamo. Os alas podiam ter estado mais abertos.

Benfica lento e previsível
3. O Dínamo defendeu forte e compacto, muito agressivas na pressão. Notou-se que o jogo anterior do Benfica, como aconteceu com o FC Porto, não se viu na Croácia. João Félix quase nunca recebeu a bola orientado para a ataque, teve sempre de lateralizar o jogo. Os espaços para a penetração eram quase nulos. Sem Seferovic e com Jonas de fora, ao Benfica faltaram as referências no ataque, pois João Félix não tem essas características. O Benfica insistiu no jogo interior, foi lento e pouco dinâmico a procurar as alas. Quando o fez, o bloco do Dínamo basculou e controlou a bola com relativa facilidade. O Benfica não conseguiu colocar bolas nas costas das linhas do Dìnamo, quer da defesa, quer do meio-campo. Tinha que gerir melhor a posse de bola para encontrar espaços. O Benfica foi lento e previsível. Destaques individuais para Gabriel, do lado do Benfica, o mais regular nas águias. Do lado do Dínamo, gostei de Sunjic, o jogador da posição 6. Tapou espaços e linhas de progressão, nota-se cultura táctica.

Outro ritmo na segunda mão
4. O 1-0 para o Dínamo Zagreb dá conforto aos croatas, mas este não é resultado que coloque o Benfica fora da eliminatória. Na Luz, na segunda mão, a equipa de Bruno Lage tem de jogar com outra dinâmica, outro ritmo. O Benfica não pode falhar tantos passes como os que falhou ontem, sobretudo nos últimos dez minutos da partida, com várias perdas de bola."

José Carlos Pereira, in A Bola

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