Últimas indefectivações

sexta-feira, 8 de março de 2019

Estofo!

"Épica classificação portista na Champions e impressionante liderança da águia na Liga portuguesa. Mas nem tudo são rosas.

(...)
Conseguiria o Benfica não se sentir pressionado no Dragão?, foi a questão deixada na última crónica. Deu na realidade o Benfica resposta clara: não apenas não se sentiu pressionado como jogou o jogo pelo jogo e foi mais de uma hora suficientemente superior ao FC Porto para ter merecido amplamente a vitória num estádio onde muito poucas vezes ganhou e, sobretudo, onde poucas vezes jogou tão bem, tão abertamente para vencer, e com tão fantástico controlo emocional. Uma nota, porém: como fui possível tantos jogadores encarnados escorregarem tanto e tantas vezes?
Deu o FC Porto, ou melhor, deu Sérgio Conceição o flanco à águia ao não ter apostado de início em Militão (além do castigo, dá pena não o vermos a central!), mais Danilo e Tiquinho Soares, dois jogadores que dão ao FC Porto bastante e mais músculo, mais recuperação de bola, mais pressão e mais jogo aéreo (e fortemente decisivo, no caso de Soares).
Nenhum culpa disso teve, evidentemente, Bruno Lage, que soube vestir a equipa com fato de enorme personalidade.
Vitória, pois, merecida de um Benfica que foi quase sempre melhor 11 contra 11 - mais de uma hora de jogo, portanto - e que pareceu, na verdade, ter sempre melhor controlo emocional e melhor domínio mental sobre o próprio jogo.
Foi, aliás, Pepe, de novo, um dos responsáveis pela imagem de certa instabilidade emocional que também pode ter contribuído para a derrota do FC Porto. Para jogador que se tornou um símbolo da Selecção e que já foi até capitão da equipa das quinas, poderia Pepe evitar tão evidentes instabilidades e imprudências, como ficou claro nalguns duelos com o jovem João Félix ou, agora, no jogo da Champions com os italianos.
Apesar, no entanto, de tudo o que sucedeu no clássico, mantenho: é impressionante a liderança deste Benfica de Bruno Lage, mas é ainda o FC Porto, de momento, a equipa mais forte do futebol português. Como também voltou a ficar claro no jogo com a Roma!

Volto, entretanto, a João Félix, esse talento surpreendente a invulgar. Como ainda há dias recordou, em entrevista a A Bola, professor Carlos Queiroz, há dois aspectos muitíssimo importantes no futebol: inteligência e movimento.
Há jogadores inteligentes com pouco movimento e jogadores com muito movimento mas pouca inteligência. E há os craques.
Como classificou Queiroz outro genial jogador como foi João Vieira Pinto, também o jovem João Félix é a inteligência em movimento.
João Félix deambula quase sempre sem se dar por ele. Joga em todo o campo. Remata muito forte com o pé direito mas também com o esquerdo. Impressiona ainda pelo jogo de cabeça e parece forte mental e emocionalmente.
Tem, no entanto, de cuidar daquela teatral tendência de se atirar algumas vezes para o chão só por sentir a presença de um adversário. Fica-lhe mal e corre o risco de ninguém lhe ligar quando a queda for mesmo inevitável, como já tem, aliás, sucedido.
Corrigidos alguns pormenores. Félix pode ficar com o pacote completo e vir a tornar-se, depois de Cristiano Ronaldo, numa das maiores figuras do futebol português.
João Félix tem (é impressionante como tem), por exemplo, muito mais golo do que Bernardo Silva, como se costuma dizer no futebol. E quem tem mais golo brilha inevitavelmente mais. Bem mais, como aliás se tem visto pela notável carreira do nosso melhor do mundo.
De Félix se falou também por não ter conseguido cumprimentar, no fim do jogo no Dragão, o treinador portista.
Pelas imagens televisivas, parece na realidade que Sérgio Conceição recusa cumprimentar João Félix, deixando de mão estendida o jovem avançado encarnado. Se é verdade que foi realmente intenção de Sérgio Conceição não cumprimentar Félix, o gesto só fica mal ao treinador portista.
Não se trata de saber de futebol; trata-se de comportamentos e há comportamentos que não podem deixar de ser reprováveis. De futebol, só sabem realmente alguns, como Sérgio Conceição; mas de comportamentos sabemos todos.

Ou devemos saber!


PS: Ficaram estas linhas finais para depois do jogo do Benfica, ontem, em Zagreb, num confronto em que os melhores (como é, neste caso, o Benfica) têm sempre mais a perder do que a ganhar. Porque ganhar é normal e perder é desolador. Não foi realmente o Benfica a que este Benfica de Bruno Lage vem habituando os benfiquistas. Longe disso. E é por estas e por outras que mesmo este surpreendente e mais encantador Benfica me parece ainda sem o estofo de um FC Porto."

João Bonzinho, in A Bola

PS: Mais uma inacreditável e vergonhosa crónica do Bonzinho:
Primeiro, então o Félix é teatral!!! ( o Otávio já não é!!!) Então o puto foi agredido e provocado várias vezes no antro e nunca se atirou para o chão... não respondeu às provocações... e é teatral???!!! São estes avençados - que propagam as mensagens da propaganda -, os principais responsáveis pelas campanhas 'negras' contra determinados jogadores, como aconteceu com o Renato Sanches!!!
Segundo, então os Corruptos têm mais 'estofo'!!! Isto depois de terem perdido os dois jogos com o Benfica para o Campeonato! De só terem vencido o jogo da Taça da Liga... da forma vergonhosa como tudo se passou!!! E neste último jogo, só não levaram mais, porque mais uma vez foram levados ao colo pelos apitadeiros... E mesmo assim têm mais 'estofo'???!!!
Só se for por causa da 'amarelinha' e dos apitos....
Terceiro: não transcrevi a parte da crónica, onde se faz o elogio da vitória dos Corruptos sobre a Roma... onde até referiu os vários lances em que os Corruptos tiveram a 'sorte' do árbitro decidir sempre a favor dos Corruptos (nunca colocou em causa a 'honestidade' do árbitro!), mas como é normal nestas ocasiões esqueceu-se de referir o horrível jogo da Roma, que deu em despedimento do treinador e do director-desportivo...

1 comentário:

  1. Muito bem, Abidos. Mauzinho, muito mauzinho...

    E ainda há quem compre o pasquim do serpa...

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