"Christian Prudhomme prefere descomprometer-se sobre a idoneidade do atleta que é enormíssima mais-valia nas principais provas organizadas pela empresa para a qual trabalha, a ASO
As declarações do diretor da Volta a França, Christian Prudhomme, em entrevista ao La Dépêche du Midi, ao ser questionado sobre qual seria a sua reação se se descobrisse que Tadej Pogacar recorria à dopagem para atingir o desempenho com que tem dominado no ciclismo, são de alguém que, com as suas responsabilidades, prefere revelar-se avisado, por um lado, e por outro, descomprometido sobre a idoneidade do atleta que é enormíssima mais-valia nas principais provas organizadas pela empresa para a qual trabalha, a ASO.
Não só nas competições em que o esloveno regularmente participa (Tour, Liège-Bastogne-Liège, Paris-Nice ou Critério do Dauphiné), como noutras em que também seria a maior atração (Vuelta, Paris-Roubaix ou Flèche Wallonne). «Dada a história do ciclismo, e não tão distante, a questão [do doping por uma grande figura do pelotão mundial] não é ilegítima», afirmou o responsável francês.
Mais: perguntado sobre se ficaria «desapontado, surpreendido ou revoltado» se Pogacar tivesse alguma vez um teste positivo, Prudhomme, ao afirmar: «não tenho resposta» – responde de forma inequívoca. E se equívocos pudessem persistir: «Assisto às suas prestações bastante impressionantes. Os controlos existem e lutámos na ASO para ter entidades independentes a proceder aos testes antidoping nas nossas corridas, atualmente através da ITA [Agência Internacional de Testagem].
Por isso...»
Por isso… não ficaria surpreendido, quiçá desapontado ou revoltado, mas o ciclismo, o desporto e em último caso o negócio da empresa que o emprega sofreriam duríssimo revés."
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