"Regressei no passado fim de semana a um lugar onde costumo ser feliz. Fica no concelho de Caminha, esta freguesia que está na história da música portuguesa desde 1965, ano em que ali se realizou o primeiro Festival. No início, dedicado ao folclore, depois alargado ao fado, à música erudita, de intervenção e, a partir de 1971, com o rock a tomar conta dos acontecimentos.
Foi um fim de semana cheio de boas emoções. Para lá de Suede, Simple Minds, Iggy Pop e Bauhaus, houve Supertaça feminina e uma vitória esclarecedora dos homens no Estádio do Bessa. E em todos os dias que passei por lá, houve benfiquismo.
Como o do senhor José Armando Rocha Porto, benfiquista apaixonado de Vilar de Mouros, que veio ao meu encontro para uns bons minutos de conversa. Falou do amor que sente pelo clube, das expectativas para esta temporada e mostrou aquele lado humano que tanto nos envaidece - 'Só assino a BTV, e, se o jogo com o Boavista fosse em casa, pode ter a certeza de que ia lá a casa vê-lo comigo'. Obrigado, grande benfiquista. É sempre um gosto conversar com quem sente o clube a tantos quilómetros de distância. 'Se estivesse mais perto, estava sempre lá batido', disse-me antes de seguir caminho e de mais um forte abraço.
Houve mais exemplos, claro. Afinal, estava no Minho, e toda a gente sabe a cor desta região. E era de vermelho que também estava um jovem jogador do Âncora Praia Futebol Clube, ali vizinho de Vilar de Mouros. Teve jogo no sábado, à hora dos 3 a 0 com o Boavista FC, e não pôde assistir em direto, mas lá veio ter comigo à fila dos pregos para partilhar o seu benfiquismo. Ou o senhor que faz parte da Casa de Albergaria-a-Velha ou os vários 'Carrega, Benfica' que escutei ao longo dos dias e das noites. Vilar de Mouros, o Minho e onde quer que esteja um benfiquista é sempre um lugar especial."
Ricardo Santos, in O Benfica
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