"O antibenfiquismo assume patamares patológicos e une os mais improváveis agentes especializados em truques
Depois de uma Taça da Liga que deixou o Sporting de Braga com o mesmo palmarés do Sporting Clube de Portugal e evitou que o FC Porto pudesse igualar o do Moreirense na prova, voltamos ao Campeonato Nacional. Mesmo que o novo Campeão de Inverno tenha deixado com frio muita gente, não nos podemos iludir com qualquer hipotermia. O antibenfiquismo assume patamares patológicos e une os mais improváveis agentes especializados em truques.
O FC Porto será um adversário até ao fim, a sua história, o seu ADN, o seu treinador são disso garantia. Não haverá facilidades. Foi importante vencer em Paços de Ferreira e foi decisivo jogar bem na Mata Real. Destaques individuais fazem por agora pouco sentido, pois tem de ser a equipa a levar-nos aos objectivos. A alegria no final do jogo e a sintonia com adeptos incansáveis são ingredientes a manter para chegar ao sucesso. São muito mais importantes do que comentar supostas feridas noutras latitudes.
Uma referência obrigatória para Fejsa, esse campeão tantas vezes campeão com o nosso manto. Lesões e contratempos nunca foram impedimentos para um profissional excepcional. Fejsa é dos que têm de voltar em Maio, caso o Benfica chegue ao Marquês, pois ele merece lá estar de forma continuada. Ande por onde andar, Fejsa será sempre dos nossos.
Hoje, frente ao Belenenses, que na última época empatou na Luz, será mais um degrau para subir na escadaria do 38. Esperamos um Benfica forte agora que o calenda´rio vai apertar sem tréguas durante seis semanas. Agora é o tudo ou... tudo para o Benfica.
Numa altura em que o ténis com o Open da Austrália nos mostra os melhores do mundo a jogar de forma galáctica, o mais impressionante não é quando vencem, é quando perdem. Ver os melhores do mundo de todos os tempos a perder e elogiar os adversários, respeitar o jogo e enaltecer os feitos adversários sem relativismo leva-nos ao melhor do desporto. Nadal com Thiem ou Federer com Djokovic atingiram o patamar da excelência sobretudo a perder.
Por isso quando Mathieu é bem expulso em Braga, por entrada excessiva no calor do jogo, e dez minutos depois, com a tristeza da derrota, está a pedir desculpa no balneário adversário mostra que é um senhor deste jogo. Foi bem reduzido o castigo e deve ser sublinhado o exemplo. O desporto tem regras, fair play e decência não significam não querer ganhar, significam saber ganhar e... perder."
Sílvio Cervan, in A Bola
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