"Tal como hoje é dado a conhecer nos órgãos de comunicação social, o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, para fundamentar mais uma penalização ao Sport Lisboa e Benfica, deturpou as conclusões de duas entidades (delegado da Liga e PSP), imputando-lhes afirmações contrárias ao que consta nos seus relatórios.
Quis aquele órgão dar como provado que o Feirense-Benfica foi reatado com demora, ao minuto 4, não pelas comemorações de um dos golos do Benfica, mas sim em virtude de dois petardos que foram lançados por simpatizantes do nosso clube.
Fundamenta-se essa conclusão com o que supostamente estaria nos relatórios do árbitro, do delegado da Liga e da PSP, bem como nos esclarecimentos adicionais aí constantes.
Ora, tal afirmação significa falsificação do conteúdo dos respectivos relatórios de duas das três entidades referidas, que inclusive são explícitas em rejeitar essa conclusão como motivo para o atraso no recomeço do jogo.
Esta deturpação é inédita, inconcebível e prova a intenção em perseguir e prejudicar o Sport Lisboa e Benfica. Mas, para piorar, existem ainda diversos exemplos de outros processos onde tem sido sistemática a dualidade de critérios e a protecção a outros clubes.
Hoje denunciamos mais um caso: na sequência de factos ocorridos no último FC Porto-Chaves foi aberto um processo ao médico do FC Porto, Nélson Puga, com base na queixa e relatório da PSP.
O Conselho de Disciplina, no entanto, decidiu arquivar, considerando que o que vem reportado no relatório da PSP não tem valor probatório. Para isso, usou como base de sustentação o testemunho de dois profissionais… do FCP.
“Os seus depoimentos revelaram-se objectivos, concretos, despidos de considerações subjectivas e reveladores de um total conhecimento dos factos.”
Não, não é mentira. É mesmo verdade!
No caso do Benfica, aldrabam-se conclusões de relatórios para nos castigar. No caso do FC Porto é exactamente o oposto: descredibilizam-se relatórios de entidades como a PSP com base nas testemunhas do próprio clube e que, por acaso, trabalham para o próprio FC Porto.
Percebe-se melhor, desta forma, os diversos arquivamentos feitos a responsáveis daquele clube, até em casos em que existiram confissões em que se assume que foram praticadas injúrias!
Já para não falar naquele célebre “argumento criativo” de que castigos que possam vir a existir no futuro tornam admissíveis insinuações... no presente.
Nos estados de direito e de regime democrático, todas as decisões dos tribunais, sem excepção, estão sujeitas ao livre escrutínio e crítica.
Todos, não! Perante as nossas críticas às suas decisões, também aqui o Conselho de Disciplina entende abrir processos disciplinares para julgar em causa própria – ultrapassando todos os limites do razoável.
Fim da linha em termos de credibilidade."
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