"A Liga dos Campeões de 2018/2019 fica para a história como uma das melhores de sempre, não só pela excelência das meias-finais, como também pela circunstância de ter ficado patente que, no futebol, não basta ter dinheiro para vencer, há outras condições, que passam ao lado da profundidade dos bolsos, que abrem as portas do sucesso. Repare-se que dos seis clubes mais ricos do mundo -Real Madrid, Barcelona, Manchester United, Manchester City, Juventus e Bayern, apenas os catalães acederam às meias-finais, de onde saíram pela porta pequena. E tenha-se também em conta que os finalistas adoptaram políticas de contratação rigorosas, usaram sabiamente o dinheiro e tiveram a virtude da paciência. O Tottenham, por exemplo, não comprou nem vendeu na presente temporada, apostando no aprofundamento de um projecto em que acreditava e o Liverpool apontou apenas a alvos que acrescentariam valor ao modelo de jogo do Klopp. À porta da final, com pé e meio lá dentro, esteve o Ajax, clube formador que deixou crescer uma óptima geração. É verdade que a equipa de Amesterdão vai agora sofrer uma sangria desatada, mas mostrou que, em países fora dos big five, a aposta na prata da casa é a única via que pode aproximar do pódio.
Depois destes dias de reconciliação com o futebol, estamos de regresso a uma realidade cada vez mais desfasada, ao nível da mentalidade, com o estrangeiro. Não há nenhum campeonato na Europa onde a confusão entre adversário e inimigo atinja os níveis onde caímos. O futebol, que deve ser apenas a coisa mais importante, das coisas menos importantes, das nossas vidas, merece mais..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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