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terça-feira, 24 de julho de 2018

As raízes do ciclocrosse, o talento de Soler e… menos um dia para Paris

"Se fosse português, Julien Alaphilippe teria uma alma até Almeida pela forma como somou a segunda vitória de etapa neste Tour - com um ataque em subida num grupo de fugitivos e que garantiu na descida. Mas uma descida vertiginosa! De tal maneira que Adam Yates, que o precedia, se espalhou no asfalto num gancho à esquerda que o pequeno mas aguerrido francês negociou com mestria, tal como vários outros nos velozes nove quilómetros até Bagnères de Luchon, onde levantaria os braços depois de exibir toda a sua técnica em cima da máquina. A explicação é simples: as raízes de Alaphilippe estão no ciclocrosse, de que foi vice-campeão mundial júnior em 2010 e onde ganhou um domínio sobre a bicicleta que muitos corredores de estrada certamente invejam. Adam Yates, enquanto estiver a lamber as feridas da vitória perdida numa derrapagem da roda dianteira, certamente pensará nisto...
Numa etapa dura mas em que a Sky não se despenteou - se algo caracteriza a equipa britânica é a calma em (quase) todas as situações -, voltou a sobressair o talento e a abnegação de Marc Soler, o espanhol de quem dizem ser o próximo Indurain (nada mal para fasquia...) e cuja fisionomia evoca o grande campeão - 1,86 metros e 68 quilos que pesam a subir, tal como os enormes glúteos (vulgo "cu gordo") típicos de rolador potente, mas que nem por isso deixa de cumprir. Na subida final para o Col du Portillon, conseguiu "segurar-se"no grupo de fugitivos quando as coisas aqueceram, acabando por ser uma agradável excepção numa equipa Movistar cuja actuação tem sido decepcionante pela incapacidade de incomodarem Geraint Thomas e Chris Froome.
Falta menos um dia para Paris, mas o de amanhã poderá ser "o" dia. Duas contagens de primeira categoria e final em categoria especial, a mais de 2200 metros de altitude, em apenas... 65 quilómetros de extensão. Uma grande incógnita que promete espectáculo. Com a licença da Sky, é claro!"

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