Últimas indefectivações

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Confiança

"O sonho lindo terminou? Não, definitivamente  O jogo do FC Porto, que tinha tudo para não ser decisório, pode ser ultrapassado com sucesso pelo colectivo 'encarnado', ainda que se saibam as implicações do empate caseiro frente ao Estoril. Num momento emocional extraordinário, até desusado, o Benfica, mercê da igualdade, desperdiçou um capital de enorme valia, transferindo-o para o seu antagonista de amanhã, que já vivia uma fase de total desnorte, inclusive com o anúncio público da impotência para revalidar o título.
Ante um valoroso Estoril, intérprete de uma prestação irrepreensível, o Benfica acusou demasiada fadiga, consequência de uma carga competitiva quase brutal, ademais com a importância determinante dos respectivos desfechos em todas as competições. Não se pode falar de negligência, de laxismo, de subestimação do adversário. Pode falar-se de um jogo em que nada ou quase nada correr bem, testemunhado por um público fervoroso que fez tudo para empurrar a equipa na direcção do triunfo.
O Benfica não era tão forte como muitos consideravam antes da partida com o Estoril, da mesma forma que não é tão débil quantos muitos consideram após o encontro. E é um Benfica que ainda tem trunfos para jogar. Em condições normais, a turma de Jesus, a despeito de disputar a Final da Liga Europa quatro dias depois, desfruta de amplas possibilidades para não escorregar no Dragão.
A derrota equivale a um sonho mau, mas outro resultado será sinónimo de encantamento. Importa ter confiança, não permitir que o alicerce anímico se amarrote, antes se fortaleça. É ou não é verdade que este Benfica tem sido protagonista de uma temporada magnífica? Falta um jogo de dimensão transcendente. Que pode valer a dimensão do júbilo."

João Malheiro, in O Benfica

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