"Lembram-se dos discos da 'His Master Voice'? Tinham um cãozito de orelhas arrebitadas para a boca de um gramofone. Estes cãezitos dos quais hoje falo não esticam as orelhas para a boca do gramofone, não vá sair de lá alguma das famosas Escutas. Mas obedecem cegamente à voz do dono. A uma patada do Madaleno, uivam, ganem, rosnam e ladram um uníssono. Seja onde for: em jornais ou em programas de televisão. Cailhes da boca a baba da raiva, numa aisiedade de serem solícitos para com o patrão. A vontade de agradar é tanta que chafurdam na mentira e na desonestidade. Algo os reduz a meros rafeiros, no entanto: a falta total de credibilidade!
Pois é... Que credibilidade pode ter um miserável que copia nacos inteiros de livros alheios? Que credibilidade pode ter um banqueiro de meia-tijela que leva o banco à falência e sai de lá rico? E um grávido atoucinhado e analfabeto espalhador de boatos? Já para não falar num baladeiro de churrascaria de melenas oleosas... Ou de um merceeiro de tiques abambalhados com contas estranhas por explicar. Se são tão vagabundos estes mariolas, como levar a sério qualquer numa das suas porcarias escritas (com erros de ortografia e de sintaxe) ou esganiçadas até ao histerismo? Deixá-los portanto, entregues à sua tarefa torpe. Receberão, em troca, do dono que idolatram, biscoitos velhos e pontapés nos focinhos...
P.S. - Vítor Pereira, o do FC Porto, largou uma pilhéria. Ou talvez repetisse apenas aquilo que o rapazito do lado lhe segreda sempre ao ouvido. Foi ao seu estilo. Não sujinho, mas até um bocado para o porco."
Afonso de Melo, in O Benfica
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