" «Vamos chegar às Antas e vamos ser campeões!», disse Maxi no fim do jogo de segunda-feira- E você duvida?
ESTA AUTO-CONFIANÇA da parte de um dos capitães da equipa, isto é, afirmada por alguém que melhor conhece do que fala, está fundada nos dados objectivos que constituíram o notável trajecto da nossa equipa principal de Futebol, ao longo desta época. Pode outra equipa portuguesa superar a qualidade e o brilho técnico de um tão grande número de jogadores, a consistência e o estofo tácticos fora do comum, ou a motivação competitiva, a impressionante capacidade de realização e o espírito de grupo que caracterizam esta equipa e todo o casulo estrutural que a rodeia?
Pode. O futebol e as competições desportivas sérias, implicam esse risco ocasional. Mas, o que a convicção de Maxi Pereira traduz é que desta vez só nos derrubam, se for através a obstinada introdução de 'factores exteriores' à essência do jogo-jogado por dois conjuntos de onze atletas; ou seja, só se for mediante 'aquelas' sistemáticas intervenções, caprichosas e intimidatórias, que o provincianismo caseiro e a comandita das justiças têm parido nas últimas décadas de competição.
A NOSSA INDOMÁVEL determinação deste ano não foi obra do acaso e tudo começou há muito tempo atrás. Numa caminhada muito segura em que a constância exibicional e a insubmissa vontade de vencer dos jogadores, como Maxi, constituíram regra de oiro, a equipa, sempre aclamada pelos Benfiquistas confiantes, foi construindo a sua própria afirmação, jornada, desde o início da época, confirmando-se como o poderoso cume simbólico de um esforço estrutural muito mais vasto.
Em todo o caso, nem mesmo nas presentes circunstâncias de euforia geral, à beira de conquistarmos um novo campeonato, mais uma taça e outro torneio europeu, ou ainda às vésperas da nossa definitiva alforria em termos dos direitos de comunicação, além de outras acções de fortíssimo impacto empresarial que em breve serão anunciadas, podemos reduzir esta caminhada triunfal do BENFICA aos registos do (incontestável) sucesso mantido, pelo menos até agora, pelos grandes jogadores de Futebol e pela equipa, por um treinador e pelo grupo de especialistas que os envolvem.
ALGUMAS MEDIDAS e marcas alcançadas nos anos anteriores, na esfera do Futebol e em outras modalidades desportivas, já permitiam augurar que no nosso Clube. Eram reflexo - convirá lembrá.lo agora e sempre - de uma política global tecida de olhos postos no futuro, com persistência determinada e muita argúcia negocial pelo Presidente Luís Filipe Vieira que, desde o fim dos nossos 'anos negros', recupera precisamente as mais solenes tradições do Glorioso, atendendo aos mesmos modelos de matriz fundacional de 1904.
COMO TODOS ESTAMOS recordados, as eleições para os novos corpos sociais, em Outubro passado, surgiram num momento decisivo. E nesse início de época, eu próprio vi ainda que alguns Benfiquistas mais timoratos se chegaram a inquietar com uns fogachos da parte lista de oposição a Luís Filipe Vieira: mas tudo não passou, afinal, de meros frémitos de ocasião próprios da intensa democracia Benfiquista. A esmagadora vitória que consagraria a ligação do universo dos Sócios ao Presidente Vieira para o seu terceiro mandato, sedimentou definitivamente a solidez estrutural do SPORT LISBOA E BENFICA, estabelecendo o marco de entrada no terceiro dos ciclos definidos a partir de 2003: credibilizar, reconstruir e ganhar.
É AQUI QUE NOS ENCONTRAMOS. Pelos nossos próprios méritos, com as nossas próprias convicções e certezas. Imunes a todas as ameaças do presente e preparados para todas as armadilhas do futuro."
José Nuno Martins, in O Benfica
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