"Todos pretendemos que as nossas equipas cresçam a ganhar. Nem sempre é possível derrotar os adversários, mas conseguir vitórias é fundamental para o processo de crescimento. Uma grande verdade, mas a maioria não está neste grupo.
Os insucessos têm que ser ultrapassados como momentos de reacção à adversidade inerente a um jogo. Fazem parte desse mesmo processo. Nas competições entre jogadores mais jovens, um ou dois anos de diferença na idade é, muitas vezes, um forte factor de desequilíbrio. Por vezes o segredo está em procurar vencer essa diferença com a criação de um conjunto de desafios que proporcione antecipar esses momentos. Contudo, o valor intrínseco do praticante é o factor, a meu ver, que devemos valorizar antes de qualquer outro. Não podemos ficar estáticos se a nossa equipa vence os jogos todos, como não devemos desistir no caso contrário. Os desafios têm que ser ajustados em consonância com a real competência da equipa e dos seus elementos. Ter níveis competitivos diferentes para participantes do mesmo escalão etário é uma solução muitas vezes utilizada para potenciar e equilibrar as competições. O principal objectivo é sempre o praticante e o seu desenvolvimento.
Na verdade, um dos problemas que nos vão surgindo está relacionado com o processo de avaliação de desempenho. Trata-se de jogadores ou treinadores. E até dos outros agentes, como dirigentes e árbitros. Os treinadores cada vez mais são avaliados de forma linear - se a equipa ganha ele está em alta, a equipa perde e é posto em causa. Poucos analisam a evolução individual e colectiva. Este sim, o aspecto decisivo. O crescimento e desenvolvimento do praticante e da equipa são elementos fundamentais para essa avaliação. As gerações não são idênticas e os recursos são distintos, o que implica muito bom senso na análise. Para potenciar o talento e formar com educação, ajuda, e muito, crescer e ganha!"
José Couceiro, in A Bola
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