"Perdi o meu pai em Novembro de 2004. Foi ele que fez de mim o benfiquista que sou. Foi pela sua mão (a outra mão já segurava uma bandeira) que entrei pela primeira vez no Estádio da Luz, para, de olhos esbugalhados, ver um Benfica - Altay Izmir da Taça das Taças em 1980. Foi pela sua voz que ouvi contar, com um entusiasmo quase poético, as façanhas de Eusébio, José Augusto, Coluna e Simões. Foi pelo seu exemplo que aprendi a amar o clube e a respeitar os adversários.
Ouvi o discurso do nosso presidente na passada semana, e a emoção que ele não conseguiu disfarçar, ao lembrar o seu pai, foi provavelmente a mesma que senti, nesse mesmo momento, ao lembrar o meu.
Também ele teria gostado de vivenciar o impressionante salto organizativo, estrutural e desportivo que o Benfica deu desde então. Também ele teria orgulho em ver o seu clube festejar quatro campeonatos consecutivos, voltar às finais europeias e formar tantos jovens de qualidade num Centro de Estágio que, infelizmente, não chegou a conhecer. E ninguém me tira de cabeça que ele terá tido alguma coisa que ver com o título que, poucos meses após a sua morte, conquistámos no Bessa. Em 2004 estávamos ainda na fase da credibilização institucional e do investimento infra-estrutural. Mas quando Luís Filipe Vieira anunciou nas eleições de 2009 que, então, sim, estavam criadas as condições para privilegiar os resultados desportivos, eles logo apareceram. Em 2014 insistiu com a aposta na formação, e hoje vemos uma selecção nacional cada vez mais cimentada no Seixal. Agora, que fala em título europeu, já ninguém nos vai impedir de sonhar."
Luís Fialho, in O Benfica
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