"É opinião generalizada (e acertada, do meu ponto de vista) de que houve um Benfica pré e outro, para muito melhor, pós-Krovinovic. Mas se me parece indiscutível que o jovem croata se revelou uma peça fundamental na melhoria substancial da produção futebolística da nossa equipa, já me parece abusivo considerar-se que tal se deveu unicamente à sua enorme capacidade técnica e táctica. A alteração de sistema foi fundamental, face ao rendimento titubeante de Pizzi e às dificuldades de Jonas, na primeira metade desta época, para ser, simultaneamente, o principal concretizador e criador das manobras ofensivas. Pizzi passou a jogar apoiado no meio-campo, o que o libertou de algumas responsabilidades ofensivas e, sobretudo, reduziu-lhe o espaço que lhe cabe nas tarefas defensivas. Jonas, por seu turno, ganhou liberdade de movimentos e, curiosamente, por jogar sem um jogador mais fixo ao seu lado, tem beneficiado de mais espaço na área contrária. Krovinovic revelou-se o apoio ideal a Pizzi e demonstrou a importância de dar seguimento a todas as jogadas, não só pela intencionalidade ofensiva, mas também por raramente perder e posse de bola, evitando assim desequilíbrios defensivos. A mudança de sistema beneficiou também os extremos e laterais pois passaram a rarear as situações de inferioridade numérica junto às linhas. Porém, entretanto, a equipa, como um todo, subiu de forma, reencontrou-se com o seu objectivo principal, o penta, pois é notório que os níveis anímicos estão mais elevados. Neste momento, é bastante mais fácil para João Carvalho ou Zivkovic (acredito que seria uma boa opção) assumirem as despesas que têm estado a cargo de Krovinovic do que teria sido há uns meses..."
João Tomaz, in O Benfica
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