"Ainda bem que temos direito à diferença de opiniões. A análise a um jogo de futebol pode ter várias abordagens, nem sempre temos acesso a toda a informação mas podemos sempre comentar o que vemos dentro das quatro linhas. Só que uns olham para o jogo e não vêem o mesmo que outros. É perfeitamente normal, as nossas vivências e experiência são diferentes. A emoção com que se aborda o jogo, o desconhecimento de muitas das variáveis e o bom senso, ou falta dele, são três factores determinantes para muitas falhas evidenciadas por quem critica os intervenientes no jogo. As questões técnicas, tácticas e físicas têm uma abordagem diferente das psicológicas. Nas primeiras, as opiniões, são normalmente mais peremptórias, a certeza de que o problema é técnico, táctico ou físico ganha certezas que não acontecem quando se abordam os problemas de ordem psicológica. Estes são entendidos, muitas vezes, como desculpas para o insucesso. Poucos são os que entendem que estas condicionam todas as outras. Há muitos exemplos, mas teimam em não lhes dar a devida importância.
Por outro lado as questões fisiológicas, fundamentalmente as relacionadas com a recuperação entre jogos, têm hoje uma importância decisiva no rendimento das equipas. As viagens e as condições em que as mesmas se fazem, e a habituação a um ritmo competitivo mais intenso, são, por exemplo, dois factores que influenciam essa mesma recuperação. As condições estruturais marcam uma diferença fundamental entre os competidores de uma mesma prova. A exigência é cada vez maior, e quem não acompanha este desenvolvimento fica irremediavelmente para trás. Há uns anos falava-se de treino invisível, uma excelente forma de referir a importância das condições em que se processa a recuperação entre treinos e jogos. Claro que a maioria só comenta os jogos, sem perceber o que de facto é invisível."
José Couceiro, in A Bola
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