"A campanha está a ser brutal. Rara é a intervenção televisiva de algum comentador (?), sobretudo afecto ao FC Porto que não se refira a Maxi pereira como um futebolista indisciplinado. Pouco falta para que o apelidem de trapaceiro, açougueiro, carniceiro. Objectivo? Condicionar o influente lateral benfiquista, condicionar os árbitros nas medidas técnicas ou disciplinares sempre que o internacional uruguaio intervém.
O processo é antigo, tem anos, muitos anos, a cartilha não mudou. Só poderiam ser os mesmos que parecem sofrer de amnésia na sua cegueira azul e na sua sanha contra o vermelho. Lembram-se de Paulinho Santos, que um dia, na Luz, até saiu de maca, de polegar levantado, sorrindo para o banco portista? Lembram-se de Bruno Alves e das suas intervenções macias e democráticas na competição?
Lembram-se de uma equipa completa do FCP a correr atrás do árbitro José Pratas, numa cena digna de um filme humorístico, sem que houvesse qualquer decisão de carácter disciplinar? Lembram-se do búlgaro Kostadinov ter abalroado um árbitro assistente e, ao invés do caso recente de Luisão, ficar completamente impune?
No Futebol, a memória vale, vale muito. A memória dos jogos, dos golos, dos triunfos, das taças. Mas também a memória de tantas acções anti-desportivas quase sempre interpretadas por gente ligada ao mesmo emblema. Até já há quem não tenha memória das Escutas do Apito Dourado e da colossal tentativa de inquinar (e conseguir) a verdade no futebol indígena. Para já não falar dos (muitos) anos anteriores. Anos impúdicos, anos de vencedor amiudado."
João Malheiro, in O Benfica
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