"Escrevo antes do arranque da temporada do Futebol profissional do Benfica. Desconheço o que se passou mas, a crer no que fui lendo nos últimos dois meses, admitiria que frotas de minibus tivessem rumado ao Seixal para transportar os 48 jogadores e até mesmo os quatro técnicos que os jornais apregoaram para o plantel do Glorioso.
Só defesas laterais foram 14, centrais mais sete, médios e extremos 18 e ainda nove avançados. E, já agora, certamente que a frota aproveitaria para devolver ao interface dos respectivos destinos os 26 atletas que os mesmos jornais abateram ao património humano do Benfica. Na ânsia de badalar novidades, um jornal chegou a colocar na montra benfiquista, de uma penada, um «trio» que, por sinal, era constituído... por quatro atletas.
É do senso comum que em Portugal, em matéria desportiva, para vender jornais em primeiro lugar vem o Benfica, em segundo e terceiro o Benfica e só depois vêm os outros. E é assim que em cada abertura do mercado temos este imenso folclore. Vende papel, serve a especulação - com o nome do Benfica a ser abusivamente utilizado - e fornece munições aos antibenfiquistas primários, de todas as cores, cada vez que falha uma dessas estrondosas contratações que o clube nem sequer assumiu. Meros folhetins.
Mas o mais certo é que segunda-feira, no Seixal, em vez da frota de minibus, se tenha apresentado um plantel em busca de mais qualidade e de mais e melhores soluções, ao qual o presidente do Benfica confiou a missão de «lutar por todas as competições».
Os adeptos sabem o que espera o Benfica: mais uma época em condições desiguais. Mas também sabem que o Benfica, unido e confiante, tem a vocação, a ambição e as condições para vencer. Vamos a isto. Todos."
João Paulo Guerra, in O Benfica
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