"Pode uma equipa praticar o futebol que o Benfica mostrou no passado domingo, frente ao Vitória de Guimarães, com a velocidade ao serviço da técnica e com esta a abrir portas à inspiração, com um massacre real infligido e continuado a uma das boas formações da Liga nacional, e não chegar a ser campeão? Pode. O “quanto baste” portista em Braga vem reafirmar a ideia de que será preciso um cataclismo para que o FC Porto deixe escapar o título. Pensou-se que seria depois da primeira derrota – ela chegou com o Nacional e os rapazes de Villas-Boas voltaram aos triunfos. Segundo momento de expectativa, depois do desaire com o Benfica – regressaram aos triunfos. Braga era um momento-chave, pelo calendário que fica a faltar, pelo abalo psicológico que a perda de pontos poderia significar, pela forma distinta como as duas equipas vêm jogando as partidas mais recentes.
Mas o FC Porto, mesmo sem o brilho que se esfumou e sem poder gabar-se de uma indiscutível superioridade (a não ser nos pontos e não vale a pena repisar a ideia de que alguns deles tiveram, como se diz agora nas televisões, “ajudas à produção”), venceu com naturalidade uma partida em que o Braga voltou a andar para trás no seu desejo de se fixar como o “quarto grande”.
Acada semana, a coisa vai-se resolvendo. Sem deslizes, correrá a favor dos que mantiveram a regularidade pontual (não a de exibições), compreendendo que também é disso que se faz um campeão. Pode é não empolgar tanto como outros, como parece acontecer por agora.
Omais curioso é que, do lado do Benfica, se ninguém parece disponível para atirar a toalha ao chão no que toca à Liga interna, já se começou a sonhar com a hipótese que os caminhos internacionais podem proporcionar: mais dois confrontos com o FC Porto para a Liga Europa. De preferência na final, se as vias do sorteio o permitirem. Mas antes, se preciso. Esse é um desejo que cresce e que, pelo menos parcialmente, vem dar a razão a Luís Filipe Vieira e a Jorge Jesus – é que a vitória, categórica e esmagadora, no campeonato 2009/2010 (em que o FC Porto até foi terceiro…) pode não ter significado de imediato o fim de um ciclo e a abertura de outro. Mas trouxe uma mudança decisiva: o Benfica já não se esconde do rival do Norte, já não se encolhe como aconteceu durante anos que os seus adeptos terão como de má memória. Pelo contrário: até pelas declarações bipolares de Villas-Boas, percebe-se bem quem é que sonha acordado com quem. E sempre ao nível do pesadelo.
NOTA – Espero que o litígio entre o FC Porto e Carlos Pereira, presidente do Marítimo, permita investigar e descobrir o que houver para conhecer, que vá até ao fim e que não acabe em acordo nem em empréstimos de jogadores..."
Mas o FC Porto, mesmo sem o brilho que se esfumou e sem poder gabar-se de uma indiscutível superioridade (a não ser nos pontos e não vale a pena repisar a ideia de que alguns deles tiveram, como se diz agora nas televisões, “ajudas à produção”), venceu com naturalidade uma partida em que o Braga voltou a andar para trás no seu desejo de se fixar como o “quarto grande”.
Acada semana, a coisa vai-se resolvendo. Sem deslizes, correrá a favor dos que mantiveram a regularidade pontual (não a de exibições), compreendendo que também é disso que se faz um campeão. Pode é não empolgar tanto como outros, como parece acontecer por agora.
Omais curioso é que, do lado do Benfica, se ninguém parece disponível para atirar a toalha ao chão no que toca à Liga interna, já se começou a sonhar com a hipótese que os caminhos internacionais podem proporcionar: mais dois confrontos com o FC Porto para a Liga Europa. De preferência na final, se as vias do sorteio o permitirem. Mas antes, se preciso. Esse é um desejo que cresce e que, pelo menos parcialmente, vem dar a razão a Luís Filipe Vieira e a Jorge Jesus – é que a vitória, categórica e esmagadora, no campeonato 2009/2010 (em que o FC Porto até foi terceiro…) pode não ter significado de imediato o fim de um ciclo e a abertura de outro. Mas trouxe uma mudança decisiva: o Benfica já não se esconde do rival do Norte, já não se encolhe como aconteceu durante anos que os seus adeptos terão como de má memória. Pelo contrário: até pelas declarações bipolares de Villas-Boas, percebe-se bem quem é que sonha acordado com quem. E sempre ao nível do pesadelo.
NOTA – Espero que o litígio entre o FC Porto e Carlos Pereira, presidente do Marítimo, permita investigar e descobrir o que houver para conhecer, que vá até ao fim e que não acabe em acordo nem em empréstimos de jogadores..."
João Gobern, in Record
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