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quarta-feira, 6 de março de 2024

Schmidt: culpas, desculpas e outras coisas…


"Alemão parece não ter ainda percebido bem o que é o Benfica; se não tiver humildade para arrepiar caminho, pode acabar mal...

Quando uma equipa perde por 5-0, nunca é fácil ao treinador explicar as razões do desmoronamento, e esta dificuldade aumenta na proporção da dimensão do clube derrotado.
Portanto, dissesse o que dissesse, Roger Schmidt nunca colheria a simpatia dos benfiquistas, feridos no orgulho pela manita aplicada pelo FC Porto.
Aliás, a única forma efetiva do técnico alemão controlar os danos, será através de um resultado positivo e uma exibição convincente, quinta-feira, na Luz, frente ao Rangers.
Porém, apesar de estar em Portugal há mais de ano e meio, e de viver por dentro o dia-a-dia do Benfica, Roger Schmidt parece, em demasiadas ocasiões, não ter percebido em toda a extensão a exigência que está associada a quem representa o clube da Luz.
Depois do naufrágio do Dragão, enquanto Rui Costa pedia desculpa aos associados, não só pela desilusão pela goleada, mas também pela pobre imagem deixada, Roger Schmidt disse o seguinte: «Não é para pedir desculpas, não fizemos de propósito.»
Bom, se tivessem feito de propósito, ninguém estaria a falar de desculpas, mas sim de despedimento com justa causa, processo em tribunal por gestão danosa, e investigação da Liga por atentado à integridade da competição.
É evidente que o treinador e os jogadores não fizeram de propósito, nem foram humilhados porque lhes apeteceu, mas por causas táticas, técnicas, físicas e anímicas.
E é sobre esta matéria que Roger Schmidt deve debruçar-se, se quiser salvar uma época onde se mantém na Taça de Portugal e na Liga Europa, e segue em segundo na Liga, com seis pontos de avanço sobre o FC Porto.
Se o treinador alemão não tiver humildade para reconhecer os erros de avaliação que tem cometido (tem-se mostrado incapaz de suprir o adeus de Gonçalo Ramos e Grimaldo, não foi capaz de potenciar Kokçu ou Arthur Cabral, falhou quando quis integrar João Mário no duplo-pivot, e nunca encontrou equilíbrio na direita, onde Di María ataca como um Angel, mas contribui pouco para a causa defensiva), é provável que venha a conhecer um outro Benfica, de que só vislumbrou breves trechos.
Para já, a dez jogos do fim da Liga, embora o título se afigure improvável, ainda pode terminar a época com saldo positivo.
Mas será que expressões como dar o braço a torcer ou autocrítica fazem parte da sua forma de ser e estar?"

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