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sábado, 2 de maio de 2020

Jogar a final da Taça, mas em segurança

"Durante a semana foi avançada a possibilidade de a final da Taça de Portugal desta época ser jogada apenas no decorrer da próxima. Parece-me uma opção muito sensata, uma vez que este jogo só pode ser disputado quando a DGS assegurar que existem as condições, mínimas para que tal aconteça. Quando falo em condições mínimas estou a referir-me ao ajuntamento de pessoas em redor de um porco no espeto. Cancelar o almoço de Domingo de Páscoa? Por mim tudo bem, foi da maneira que não veio cá a cada aquele meu tio que come meio cabrito sozinho - normalmente eu dou conta de outra metade, assim ainda me pude satisfazer com mais dois ou três pedaços. Realizar a final da Taça de Portugal sem comer um bom porco no espeto, temperado com sal, pimenta e uma pitada de pós da mata do Jamor? Recuso tamanho absurdo. A final tem de ser jogada - não pensem que o meu coração andou aqui a ser colocado à prova pelo Lucas Piazón e pelo Taremi para nada -, mas tem de ser jogada em segurança.

No desespero em que me encontro já nem sequer me importo de que as últimas 10 jornadas sejam à porta fechada. Por um lado, neste contexto, o Benfica é o clube mais prejudicado - está provado cientificamente que os benfiquistas são a maior factor-chave para a conquista dos três pontos. Por outro lado, o Benfica é também o emblema mais beneficiado. Muitos dos nossos jogadores são também eles benfiquistas fervorosos, portanto essa força, apesar de representada em menor escala, continua presente. Sugiro a Bruno Lage que, antes do regresso da Liga, dedique dois ou três treinos para ensaiar as músicas com o plantel. Assim, quem ficar de fora pode ir apoiando desde o banco de suplentes."


Pedro Soares, in O Benfica

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