"Se um qualquer comerciante aceitar e revender mercadoria roubada, está a cometer um crime grave. Porém, se se tratar de um assalto por via informática, se a mercadoria roubada, se terceiros, e se a revenda for feita através da comunicação social, não se passa nada.
Ora, no caso Rui Pinto há um gatuno (ele próprio, que será julgado), há uma mercadoria (correspondência privada), mas há também revendedores que ninguém parece preocupado em responsabilizar. Desde logo o canal televisivo (e o clube que o suporta) que a divulgou, mas também os restantes órgãos de comunicação social a quem o pirata cedeu o produto dos seus confessados crimes, e o utilizaram para garantir audiências - nomeadamente o consórcio europeu do qual fazem parte, entre outros, Der Spiegel e Expresso.
Ninguém tem dúvidas de que as costas de Rui Pinto estão bastante quentes. Todo este lobby que o protege, e lhe disponibiliza advogados de luxo, consegue até plantar artigos em jornais do outro lado do Atlântico. Mas cá cai quem quer.
Não se percebe em que medida o alegado benfiquismo de um juiz pode reduzir o rigor da sentença, pois não é o Benfica que está no bando dos réus. Ou seja, o que o lobby em torno de Rui Pinto pretende agora é condicionar o processo no sentido de obter um julgamento 'dócil', que possa de algum modo relativizar os crimes cometidos.
Neste século XXI, o cibercrime é já uma das maiores ameaças à nossa segurança enquanto sociedade.
Do exemplo que vier a ser dado no caso Rui Pinto se perceberá até que ponto o nosso sistema de Justiça entende ou não essa ameaça."
Luís Fialho, in O Benfica
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