"Ignorar as evidências não ajuda nada a resolver o problema. Pelo contrário, significa empurrá-lo para debaixo do tapete. Portugal vive momento fantástico no futebol, seja em que modalidade for. Somos campeões europeus e mundiais, jogamos finais de seniores e de escalões de formação, temos jogadores e treinadores de top mundial, passámos a ser exemplo no mundo. A qualidade das nossas equipas de futebol, futsal e futebol de praia é reconhecida lá fora.
Quem lê o parágrafo anterior, ou quem não vive a realidade diária das nossas competições, pode ser levado a pensar que nada mais se pode fazer, ou que estamos perto de atingir o máximo das nossas capacidades. Nada mais errado. Estamos muito longe desse ponto, a começar pelas nossas competições internas. Precisamos de uma visão estrutural, que a federação tem tentado construir, sem que todos percebam a necessidade de unidade na reforma do sistema. As alterações, em qualquer das competições, amadoras ou profissionais, devem resultar em favor do equilíbrio dessa mesma prova. O mais importante que existe no jogo, pelo menos para mim, são os jogadores. As competições devem ser ferramentas para criar condições de desenvolvimento dos praticantes. Claro que quanto mais elevado é o nível de participação, mais são os parâmetros envolvidos para o sucesso do produto final.
Se temos capacidade e potencial, faz sentido criar condições para o desenvolvimento dos nossos jogadores. A começar pelos requisitos de participação. Devemos ser inclusivos, o que não significa não ser exigente. Óbvio que com bom senso, em virtude até das deficientes condições para a prática em centenas de instituições desportivas. Temos falta de espaços para treinar e jogar. Precisamos que todos sejam mais solidários e percebam que o sucesso se faz com o equilíbrio das diversas competições. O nível da competição interna reflecte-se no sucesso externo e nacional."
José Couceiro, in A Bola
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