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terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Bancadolândia


"Taça da Liga: um troféu à medida
No Estádio da Luz, as primeiras vénias da noite futebolística de 26 de Novembro foram merecidamente tributadas aos mais de 43 mil adeptos que disseram 'presente' no apoio à equipa do Benfica, na 2.ª jornada da Taça da Liga. Mas que grande golo! Um registo sensacional nesta frente competitiva e que estabeleceu mesmo um novo recorde de assistência na Catedral em jogos da fase de grupos de uma prova que, na temporada em curso, gera circunstâncias que casam particularmente bem com o lastro do grupo comandado por Roger Schmidt. Com apenas um jogo por disputar no grupo C, e tendo menos um golo marcado (cinco) do que o Moreirense (seis), o derradeiro adversário a encarar nesta fase, os encarnados sabem de antemão que necessitam de vencer em Moreira de Cónegos, no dia 17 de Dezembro, para confirmarem a passagem aos quartos de final da competição. Haverá, pois, desafio mais estimulante e motivador do que este, para quem, como sucede com a equipa do Benfica, navega num mar de invencibilidade do tamanho de 27 jogos? Talvez nem por encomenda.

Enzo: um mais um ainda são dois
Somos meros treinadores de bancada, mas há situações que, em virtude do acompanhamento permanente e cuidado que fazemos dos jogos do Benfica, nos dão bases sólidas para argumentar em prol da titularidade ou do alargamento do tempo de utilização de um jogador na sua seleção nacional. Vem esta convicção a propósito de Enzo e do arranque da Argentina no Campeonato do Mundo no Catar. A selecção alviceleste tombou como estrondo na 1.ª jornada do certame diante da Arábia Saudita, o meio-campo clamava por uma unidade com mais andamento e capaz de ver mais longe, mas, no primeiro tudo ou nada na competição, o seleccionar conservou inicialmente Enzo entre os suplentes. Com o tempo de jogo a fugir e o 0-0 diante do México a perdurar, entrou então em capo o jovem médio benfiquista. E o que fez o 24 da seleção argentina? Muito do tanto que lhe vemos tecer de águia ao peito, atuando como se fosse um dos mais veteranos e experimentados jogadores da equipa, porque é um futebolista de eleição, daqueles que nos esgotam os elogios e nos juram que as contas de somar são mesmo as mais simples. Enzo envolveu-se no lance em que Messi rematou para o 1-0 e marcou ele próprio o sentenciador 2-0, numa formidável execução que cruzou técnica, força e precisão. Um momento que vale um milhão de adjectivos (e de notícias de 'clubes atentos' ao argentino), que nos faz gostar cada vez mais de futebol e de intérpretes de classe mundial como este diamante do Benfica."

João Sanches, in O Benfica

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