"José Augusto geriu a disputa entre duas marcas de forma a valorizar os futebolistas
Quando se fala em competição, automaticamente pensamos em vencedores e vencidos, pois o principal objetivo passa por suplantar em valor ou qualidade o opositor. Mas do ato de competir advém também a evolução dos envolvidos. Tanto quem ganha como quem perde sai da competição melhor do que quando iniciou.
No Campeonato do Mundo de 1966, enquanto as selecções lutavam pelo título de melhor do planeta, os irmãos Dassler, donos da Adidas e da Puma, tratavam uma acérrima disputa por quem coletava mais atletas. A intervenção de ambos contribuiu para o desenvolvimento exponencial das sapatilhas de atletismo e das chuteiras de futebol. Após terem apostado em Jesse Owens nos Jogos Olímpicos de 1936, encaravam o Mundial como uma oportunidade de expansão da sua marca em detrimento da do seu familiar. 'Oferecem boas e dinheiro para assim convencer mais facilmente os jogadores a utilizar o seu material... E cada qual dá mais. Já vai em cem dólares por cabeça'.
Mas havia atletas que se destacavam mais que outros e faziam com que os patrocinadores aumentassem o incentivo. 'Há jogadores que já têm seis e sete pares de botas, principalmente o José Augusto e o Alexandre Baptista, que já foram nomeados representantes respectivamente da Puma e da Adidas'. No caso do extremo benfiquista, o assédio era claro, ao receber a indicação para que não 'revalidasse o seu contrato com determinada firma sem que a firma rival diga de sua justiça'. Na negociação, José Augusto revelou características semelhantes às que apresenta dentro das quatro linhas: astuto e perspicaz, sabia antecipar as oportunidades e tirar o máximo proveito.
Numa competição que entusiasmo adeptos de todo o mundo pela qualidade do futebol apresentado pelas selecções, às habituais inovações técnicas trazidas a cada edição do Campeonato do Mundo acrescentou-se a valorização do jogador enquanto promotor de marcas. E a este facto em muito contribuiu a postura de José Augusto, ao tentar potenciar ao máximo os valores recebidos pelos atletas, e a doar as chuteiras recebidas a clubes como o Barreirense e o Belenenses.
Saiba mais sobre a carreira internacional deste fantástico jogador na área 20 - Águias-Mores do Museu Benfica - Cosme Damião."
António Pinto, in O Benfica
Sem comentários:
Enviar um comentário
A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!