Últimas indefectivações

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Paracetemol

"1. Dá gosto de ver jogar o Sporting de Keizer. Aquela miúda dos tempos de liceu, com aparelho nos dentes e óculos com lentes de fundo de garrafa (o Sporting de Peseiro) é hoje uma mulher deslumbrante e confiante. Claro que este romantismo tem riscos defensivos, já se percebeu - em três jogos da Liga, por exemplo, quatro golos sofridos e 68 faltas (média de 22,6 por partida) -, mas mais vale um 3-2 com paracetamol do que um 1-0 anémico.
2. Em lance corrido, Soares não fez falta sobre Patrick. Em slow motion fez. Vou pelo corrido. Antes do Mundial Massimo Busacca (chefe de arbitragem da FIFA) já tinha alertado para os perigos do slow motion. É que aí até um abraço amigável pode parecer tentativa de homicídio por asfixia.
3. Não deixa de ser, porém, mais um lance de dúvida que caí para o lado do FC Porto. Sim, tem sido a melhor equipa; sim, tem sido beneficiado. É como meter molas num canguru.
4. Se a isto somarmos os proveitos do Sporting, sobretudo através de discutíveis e/ou incompreensíveis penáltis (a conta vai em oito na Liga, quase 27 por cento dos golos dos leões), é legítimo pensar que o Benfica, através de benefícios a terceiros (e não tanto prejuízos próprios), pode estar a pagar no campo por aquilo que fez (se fez) e não fez (se não fez) fora dele. Como se todos quisessem fugir do lado negro da força. A mente, às vezes, é um cão perigoso sem trela.
5. O problema dele foi achar que BdC significava Bruno depois de Cristo. Felizmente que há Frederico Varandas: a Bonança depois do Caos.
6. Discordo de Rui Vitória: deve contratar-se sempre para roubar o lugar aos titulares. É a única forma de ter bons suplentes (sejam os que chegaram ou os anteriores titulares) e, por consequência, um plantel mais forte.
7. Disse recentemente José Mourinho que se fosse multimilionário afastava-se do futebol. Algo que, seguramente, não diria há 20 anos e talvez ajude a perceber muita coisa. Ou tudo."

Gonçalo Guimarães, in A Bola

PS: Hoje, para um Benfiquista ter lugar na redacção de um jornal desportivo, tem que escrever assim, senão vai para a rua...!!!

1 comentário:

  1. É verdade. Outro vendido (que remédio) a trabalhar na tasca do balofo Serpa.

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