"Luís Filipe Vieira teve um feeling, depois de uma noite mal dormida. Rui Vitória é para ficar. E foi assim que, à revelia do que tinha sido antes decidido, o Benfica viveu um volte-face que fica para a história. Não foi a primeira vez que o presidente encarnado tomou decisões inesperadas e solitárias. Quando decidiu, depois de ter perdido tudo, renovar o contrato de Jorge Jesus, foi uma delas; e quando resolveu, depois de ter ganho tudo, não continuar com Jesus e trocá-lo por Vitória, foi a outra. Em ambas, apesar do caminho estreito e sinuoso que teve de percorrer, acabou por sair-se bem. Mas os tempos eram outros e como um homem é ele e a sua circunstancia, a de Vieira, à altura, era mais confortável, sem processos judiciais a reboque, sem toupeiras e emails a perturbar o quotidiano do Benfica e, até, numa vigência do BES com que se sentia confortável. Ao dia de hoje, a deicsão de Luís Filipe Vieira de manter (até quando não se sabe...) um Rui Vitória sucessivamente fragilizado, por exibições indigentes, resultados desprestigiantes e uma omnipresença de Jorge Jesus, tolerado pelo Benfica, afigura-se de risco elevado, quase tão elevado quanto fazer regressar, contra o sentimento de grande parte da nação encarnada, o actual técnico do Al-Hilal. Jesus é um grande treinador. Mas depois de tudo o que se passou entre ele e o Benfica, depois de tudo o que foi dito e depois de todos os processos que andaram em tribunal (e o que neles foi invocado...), um regresso à Luz seria uma falta de vergonha. De Jesus e do Benfica."
José Manuel Delgado, in A Bola
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