"Amanhã, dia 1 de Dezembro, é feriado, e sinto que devo partilhar com o leitor uma ignorância minha: apenas nesta semana descobri o verdadeiro motivo da comemoração nacional desta data. É triste, mas é a verdade. Até agora, estava ou convencido de que o primeiro dia do derradeiro mês do ano dava direito a celebração por se tratar do aniversário da inauguração do antigo Estádio da Luz, realizada em 1 de Dezembro de 1954. Pelos vistos, no mesmo dia, 314 anos antes, o povo português dava inicio a uma revolta contra a dinastia filipina que liderava o nosso país - o rei de Espanha era simultaneamente rei de Portugal. Afinal, o feriado realiza-se em honra deste acontecimento. Chocante, não é? É este tipo de lacunas na Constituição que me leva a questionar o futuro do nosso país. A mim e ao leitor que está, certamente, tão incrédulo como eu. Como pode o país andar para a frente se os governantes julgam que uma revoluçãozita está acima da inauguração do estádio onde brilharam Eusébio, José Augusto e Nené? Há com cada uma.
Calma, não vire já a página porque a aula de História não fica por aqui. Como já percebemos, o Benfica inaugurou o estádio, em pleno período de ditadura, numa data verdadeiramente simbólica que a República Portugal transformara em feriado em 1910.
O FCP, por sua vez, para estrear o estádio, elegeu o 26 de Maio, dia também significativo na história de Portugal. Em 1925, nesse dia, nasceu o meu tio-avô Bartolomeu e, em 1926, foi implantada uma ditadura militar, designada a partir de 1933 por Estado Novo. Como suponho que o FCP não terá seleccionado o dia em homenagem ao meu tio-avô Bartolomeu, então eu pergunto: qual era, afinal, o clube do regime?"
Pedro Soares, in O Benfica
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