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quarta-feira, 25 de setembro de 2024

As mãos que embalam o futebol português


"Com a possibilidade (cada vez maior) da Federação Portuguesa de Futebol e Liga dos Clubes passarem a ser presididas, num futuro próximo, por dois antigos árbitros de futebol, é tempo de pensar se é mesmo isso que se deseja para o futebol português. Desde que me lembro, nunca houve unanimidade em relação a qualquer figura que tenha saído da arbitragem portuguesa. E isso continua a sentir-se diariamente, seja entre os que ainda estão em atividade, seja - e principalmente - naqueles que trocaram o apito pelos comentários em televisão, jornais e online em português.
A modalidade tem sido manchada, há mais de 40 anos, por casos e casinhos, apitos dourados e azuis, viagens de férias pagas por clubes, dirigentes que chantageiam equipas de arbitragens, coação, invasões a centro de estágio, trocas de favores, grandes penalidades, por marcar, foras de jogo que escapam (sabe-se lá porquê) a olhares profissionais e, mais recentemente, a responsáveis pelo VAR que teimam em não perceber (ironia pura) quando é que a bola vai à mão ou à mão à bola e se há ressalto no corpo pelo meio. tantos cursos, nacionais e europeus, e à 5.ª jornada do campeonato - pobres coitados - ainda não perceberam os critérios. Curiosamente, sobre as cores das camisolas já percebemos que não há daltónicos e arbitrar, estão todos alinhados com o arco-íris da sua preferência. Pedro Proença e Artur Soares Dias podem muito bem constituir a dupla que quer mandar no futebol em Portugal. Nem antigos craques, nem dirigentes com passado e provas dadas, nem lufadas de ar fresco - só dois homens ainda com tanto por explicar."

Ricardo Santos, in O Benfica

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