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sábado, 9 de maio de 2020

A retoma

"A decisão do Governo de autorizar o regresso do futebol profissional à competição foi arrojada, justa e sensata. A crise é profunda, vai continuar, e ninguém sabe como e quando vamos sair dela.
Pelo que o regresso da I Liga era a solução óbvia. A Federação Portuguesa de Futebol, a Liga de Clubes e os três grandes clubes deram uma bela defesa da indústria do futebol. Sem jogos, os clubes não têm receitas, e sem receitas, os clubes vão à falência e, neste caso, só há uma via - o encerramento. Esta é a cruel e dura realidade.

A partir do momento em que os clubes consigam apresentar um plano seguro às autoridades de saúde pública, as 10 jornadas serão disputadas com inusitada emoção e empenho de todos - jogadores, treinadores, árbitros, médicos fisioterapeutas, organizadores de jogos e dirigentes. À porta fechada, os adeptos assistirão às 10 etapas pela TV. Será um novo desafio para todos nós e vai exigir um sistema cardiovascular afinado. Serão cinco finais numa Luz despida e vazia da vibração da nossa incansável massa associativa. E mais outras tantas finais fora de portas. Bruno Lage prometeu-nos que tudo irá ser feito para o bicampeonato sem esquecer a Taça de Portugal. Esta promessa do nosso treinador assenta numa constatação evidente - a excelência da nossa estrutura, que tudo preparou para que nada falta aos nossos briosos profissionais. Sabemos que eles irão dar tudo. Sabemos que eles irão dar tudo. Sabemos que irão correr o dobro. Sabemos que irão suar o triplo. Sabemos que irão deixar a pele em campo para conquistar os 30 pontos em disputa, na Liga. Depois, a final do Jamor que atacarão com a bravura e a entrega habituais. E, assim, poderemos fechar esta década com 21 títulos conquistados, pois a seguir ao campeonato e à taça, venha a Supertaça."


Pedro Guerra, in O Benfica

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