"É altamente provável que Joseph Sepp Blatter seja hoje reeleito, por larga margem, presidente da FIFA. O mundo está a desabar à volta do histórico dirigente do futebol mundial, mas este, sem alternativa, insiste na fuga para a frente, não se percebe muito bem para onde, já que o cerco se aperta cada vez mais. Aliás, ontem, Blatter, num rasgo de lucidez, disse que os próximos meses deverão ser pródigos em más notícias para a FIFA. É uma maneira de ver a coisa. Talvez as más notícias a que se refere Blatter sejam, afinal, boas notícias, por serem a única forma de erradicar o poder corrupto que governa o futebol mundial.
Com João Havelange e Sepp Blatter, o futebol evoluiu e ganhou o estatuto incontestado de principal desporto do planeta. Mas o crescimento da FIFA foi feito de forma tentacular, sob princípios nepotistas, onde o tráfico de influências e a corrupção passaram a constar da normalidade, uma forma de estar que tem sido vista em outras organizações de caráter mundial, que nada têm a ver com desporto.
O triunfo de Sepp Blatter nas eleições de hoje será sempre uma vitória de Pirro, este modelo de gestão da FIFA está ferido de morte.
Com os Mundiais de 2018 e 2022 atribuídos à Rússia e ao Catar, começa a tomar forma uma guerra política, ao mais alto nível, em torno da FIFA. E essa escalada deve ser vista com preocupação, porque o desporto nunca beneficiou com as ingerências políticas. Vladimir Putin já saiu a terreiro em defesa de Blatter, David Cameron apelou ao voto no Príncipe Ali e a Rússia acusa Obama de querer atingir a organização do Mundial de 2018.
Cocktail perigoso..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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