"A detenção de vários dirigentes de topo da FIFA representa uma oportunidade para o futebol se regenerar.
O jordano Ali bin Al-Hussein, atual vice-presidente da FIFA e único candidato à sucessão de Joseph Blatter na presidência do organismo que tutela o futebol mundial, depois das desistências de Luís Figo e do holandês Michael van Praag, disse que ontem foi "um dia triste para o futebol". Na verdade, foi exactamente o contrário. Tristes foram todos os dias que tornaram o de ontem, mais do que inevitável, absolutamente necessário. Ao todo, foram mais de seis mil dias tristes, correspondentes aos 17 anos que Joseph Blatter se manteve na presidência e durante os quais a FIFA se tornou numa espécie de abreviatura para corrupção.
Desta vez, e ao contrário do que aconteceu com a investigação do norte-americano Michael Garcia sobre os processos de atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022 à Rússia e ao Catar, a FIFA não vai poder fazer um resumo conveniente das conclusões, recusando a publicação integral do relatório exigida pelo ex-procurador de Nova Iorque e assobiando para o lado como se não fosse nada com ela.
Como o FBI e a procuradoria-geral dos Estados Unidos fizeram questão de sublinhar ontem, a estrondosa detenção de sete responsáveis de topo em vésperas do Congresso da FIFA é apenas o princípio de um processo que fazem questão de levar até às últimas consequências. Um processo que, ao contrário do aconteceu ao longo das últimas décadas, Joseph Blatter não controla e que, por isso mesmo, representa uma oportunidade única para o futebol limpar a casa."
Jorge Maia, in O Jogo
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