Últimas indefectivações

sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Dois passados

"1. A 'máquina' entrou (finalmente) em produção. A partir do zero. Ou, melhor, com o contador a zeros, como deu a entender Jorge Jesus, já que o que está para trás não conta. É passado.
2. Que sabemos é que a ambição está renovada em função dos modelos, tendo em conta a presença de alguns protagonistas da relva, e, em especial, considerando também o próprio capital de esperança que - pelo que tenho ouvido e sinto, eu próprio - recupera, de um modo já não passivamente expectante, os sólidos índices conjuntivos que só o Benfica consegue, porque (como costumo dizer) só o Benfica pode.
3. Por muita conversa fiada (a cujos bolçamentos a gente se vem habituando) de muitas origens externas e internas, a verdade é que poucos no seu lugar teriam ousado chegar-se à frente nos modos decididos como Luís Filipe Vieira acabou por fazer agora.
4. Os resultados hão de ver-se a breve trecho. Tão certo como dois e dois fazerem quatro.
5. Por um lado, porque ninguém no mundo estaria tão preparado para montar uma equipa de futebol com tamanhas responsabilidades, em tão pouco tempo; e, por muito difícil que parecesse ser, foi precisamente essa personalidade que, no momento verdadeiramente decisivo, se foi resgatar ao outro lado do mar para vir conduzir a equipa do Benfica.
6. Por outro, porque, se se definiram objectivos claramente mais ambiciosos e mais consentâneos com a afirmada largueza de recursos largueza de recursos do Benfica, também não deixou de haver o atrevimento de recorrer ao mercado de forma a reconstruir uma equipa caldeada e fortalecida por mais experientes executantes, à medida dessas nossas novas ambições objectivamente proclamadas.
7. Realismo. Realismo usando regras claras, escoradas na gestão equilibrada dos recursos humanos e infraestruturas disponíveis e, evidentemente, na prudente projecção de futuras consequências que as actuais circunstâncias recomendam.
8. Afinal, no Benfica não é como nesse espantoso mundo das instâncias judiciárias portuguesas, no qual, à boleia de formidáveis vagas de comunicação (e às vésperas de um importante julgamento...), pelos vistos, os ladrões passam de repente a poder acasalar livremente com os polícias e os magistrados, a quem reiteradamente antes haviam rabiado e provocado de viva voz, ou mediante astutos mandatários às escâncaras, em variadas sedes e meios nacionais e estrangeiros.
9. Na Justiça à portuguesa, portanto, o contrário 'disto', agora, também parece que é passado. Mas um passado peculiar, com lei de fora...
10. Um passado à medida das conveniências do presente no qual, se for preciso, dois a dois, afinal, até podem passar a fazer mais que vinte e dois... E, se não for assim, pelo menos a um leigo, até parece que possa mesmo passar a ser: basta que um senhor juiz aceite validar tudo o que um polícia, para a passar a poupar a mais trabalhos, venha a combinar com um ladrão..."

José Nuno Martins, in O Benfica

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