"Se o campeonato recomeçar - e esperamos, evidentemente, que sim - não recomeçará do ponto em que ficou. Aliás, para dizer a verdade, o campeonato da época da 2020 finou-se de forma tão imprevista abrupta. O que se promete começar é um pequeno campeonato, aliás, decisivo e que terá, do primeiro, a herança dos pontos. Nada mais do que isso.
O que pode ser importante e desportivamente justo, mas qualquer recém chegado ao mundo da competição entenderá que fundamental é a qualidade da pré-época que, agora, começa. O que coloca a decisão do título, e de outros lugares de qualificação, mais nas mãos dos treinadores do que nos pés dos jogadores. A questão que se coloca é nova. O período de paragem foi demasiado para haver uma continuidade e, assim, há que preparar uma miniépoca, de mês e meio, com jogos duas vezes por semana, por isso curta e muito intensa.
Nenhum treinador estava preparado para tal e nenhuma equipa, alguma vez, teve esta experiência. Daí que, mais do que qualquer outro, seja um campeonato de um só homem. O vencedor terá, pois, um misto de mérito de competência, por ter pensado e planeado com rigor técnico esta novidade competitiva, e, também, de sorte, porque ninguém poderá jurar o sucesso de uma ciência por experimentar.
Temos, pois, de aceitar que, este, seja um campeonato único, entre todos aqueles que se disputaram em Portugal. Mais tarde, mesmo depois de muitos anos passados, poucos se lembrarão de dizer que o clube P, ou o clube B, soma X títulos... mais um, que foi aquele muito especial na época de 2019/2020. Nem tudo a História recorda."
Vítor Serpa, in A Bola
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