Últimas indefectivações

sábado, 4 de janeiro de 2020

O 11 da década no Futebol Internacional

"A década de 2010 ficou marcada por uma evolução tremenda no futebol, principalmente pela quebra de recordes por parte de dois astros, que já teriam aparecido uns anos antes, embora o auge de ambos tenha decorrido durante os últimos dez anos. A viragem da década é um sinal de que o fim de Cristiano Ronaldo e Lionel Messi está perto e será durante esta década que as botas serão penduradas.
Basta parar para pensar que Iniesta está no Japão para terminar a carreira, Xavi já não joga, Xabi Alonso também não, Drogba, Eto’o, Robben, Lampard (é o treinador do Chelsea!) e tudo tão rápido. Parece que ainda ontem estava sentado no sofá a ver Iniesta a decidir o Mundial 2010 no prolongamento, ou a ver Drogba a empatar a final da Liga dos Campeões perto do final e todos sabem o que aconteceu a seguir. Assim como um ano depois o mágico pé esquerdo de Robben resolveu a final da mesma prova aos 88 minutos.
De seguida, surge o domínio de Real Madrid, com o Barcelona a fazer comichão,no entanto, foi mesmo Ronaldo e companhia que dominaram a Europa com estrondo, ao vencer quatro Liga dos Campeões em cinco anos. Foi também nesta década que os portugueses viveram um momento duma vida… Éder! Quem diria? Vai ficar para a história, ver todo o banco sofrer, liderados pelas lágrimas de Ronaldo a puxar as quinas para a glória. A década termina com o futebol magnífico imposto por Guardiola, como sempre o fez nas suas equipas, e com um Liverpool que certamente terminará no lote das melhores equipas de sempre.
É surreal a maneira como jogam e dominam as partidas. E quem se lembra do memorável jogo entre a Alemanha e o Brasil? Da reviravolta do Barcelona contra o PSG, depois de perder 4-0 na primeira mão e ainda sofrer um golo em casa e passar? E as aulas do Barcelona nos El Clasico contra o grande rival? A manita do Lewandowski em 9 minutos? Enfim… São tantos momentos que é impossível recordar todos, mas certamente a emoção que o futebol carrega é maior do que qualquer episódio de racismo ou corrupção, ou o que seja, porque o desporto-rei continuará a ser consumido por milhões de pessoas que o vêem por vício, paixão ou lazer, e ficam marcados pelos momentos emotivos. 
Consultem as escolhas do melhor onze da última década.
Guarda-Redes
Manuel Neuer Apesar de ter sofrido lesões recentemente, não há nenhum guarda-redes mais influente nesta década do que Neuer. Marcou uma era da posição e certamente acabará nos lugares cimeiros dos melhores da história entre os postes. Prova disso, é o facto de ter sido nomeado o melhor guarda-redes pela IFFHS (International Federation of Football History & Statistics) quatro anos seguidos, entre 2013 e 2016. Neuer distingue-se pela leitura de jogo acima da média, qualidade com os pés e segurança e conforto nas ações realizadas.
Melhor momento: Depois de conquistar o triplete com o Bayern Munique em 2012/2013, no ano seguinte venceu o Mundial 2014 pela Alemanha, o que lhe valeu uma nomeação para a Bola de Ouro. Completou o pódio, atrás de Leo Messi e Cristiano Ronaldo.
Lateral-Direito
Dani Alves Além de estar presente no melhor onze da década, o brasileiro é discutivelmente o melhor lateral-direito da história do futebol. O maior argumento para sustentar este pensamento é o número de troféus conquistados. Daniel Alves é o jogador mais titulado na história do futebol (40). Venceu no Sevilha, Barcelona, Juventus, PSG e ainda colectou duas Liga dos Campeões com o Barcelona. É considerado um modelo ou referência da posição, muito devido ao seu auge no Barcelona. Era um autêntico extremo, tinha um rendimento ofensivo acima da média e combinava na perfeição com Leo Messi.
Melhor momento: Aos 36 anos, vence a Copa América com o Brasil e é considerado o melhor jogador do torneio.
Defesa-Central
Sérgio Ramos É uma escolha lógica deste onze, devido à quantidade de títulos ganhos, tanto no Real Madrid como na selecção espanhola e assumiu-se como um líder na defesa de ambos. É o capitão do clube e da selecção neste momento, o que quer dizer bastante sobre o respeito incutido por Sérgio Ramos.
Destaca-se por ser um defesa goleador e um homem de grandes jogos, devido à quantidade de vezes que decidiu e salvou os merengues. A raça e vontade impostas dentro de campo são preponderantes para esta faceta do central espanhol, vencedor de um Mundial, um Euro e quatro Liga dos Campeões esta década. E uma delas especial…
Melhor momento: Foi em Lisboa, no Estádio da Luz, na final da Liga dos Campeões de 2013/2014. O Real Madrid perdia por uma bola a zero contra o rival Atlético de Madrid, quando aos 93 minutos e 48 segundos, Sérgio Ramos sobe ao quinto andar, na sequência de um pontapé de canto e empata a partida, levando os adeptos à loucura. Os blancos viriam a vencer a partida no prolongamento. 
Defesa-Central
Gerard Piqué O defesa espanhol liderou o Barcelona no setor defensivo durante uma série de anos, desde a saída de Carles Puyól – o melhor professor que podia ter. Nesta década, venceu sete das suas oito ligas espanholas e duas das três Liga dos Campeões. Durante a maior parte dos anos, nunca teve um central de raiz ao seu lado, o que torna o seu trabalho ainda mais valorativo. Na Espanha, alcançou as mesmas conquistas que o parceiro da defesa e rival a nível de clubes, Sérgio Ramos. Venceu o Mundial 2010 e o Euro 2012. Actualmente, Piqué já não faz parte da selecção roja e actua pela Catalunha.
Melhor momento: Em tom de provocação, mostrou os 5 dedos à bancada do Real Madrid, naquele que foi um dos melhores jogos da história do Barcelona. A equipa orientada por Pep Guardiola derreteu o maior rival, aplicando chapa 5, e Piqué não se esqueceu do gesto. Coisas que também fazem parte da bola…
Lateral-Esquerdo
Marcelo Tal como Dani Alves, marcou uma era da sua posição e é considerado um exemplo para muitos jovens futebolistas de tenra idade, devido à sua qualidade técnica e à magia proporcionada durante os jogos. Por vezes, parece uma brincadeira para ele, no entanto quando sobe naquele flanco esquerdo, é certo que vai criar desequilíbrio. Desde a conquista da primeira Liga dos Campeões do Real Madrid em 2014, Marcelo foi o melhor lateral esquerdo do mundo seguramente até 2018. Actualmente, existe concorrência forte: Andy Robertson.
Melhor momento: Entrou aos 59 minutos na tal final de Lisboa e deu forças aos merengues, principalmente no prolongamento para a conquista da Liga dos Campeões, aquela que deu início à hegemonia europeia madridista.
Médio-Centro
Xavi Hernández Um terço daquele que foi possivelmente o melhor meio-campo da história do futebol, juntamente com Iniesta e Busquets, nos tempos de glória do Barcelona. Xavi era magia pura e uma das principais referências do desporto-rei.
Sempre que se falava em Xavi, vinha o nome de Iniesta atrás e a sua ligação era tão grande, que pareciam o mesmo jogador. Messi tem de valorizar muito o que estes fizeram por ele, e a importância que tiveram durante largos anos, no seu rendimento.
Xavi era o mestre em descobrir e explorar os espaços, e de cabeça levantada orientava o jogo dos catalães, assim como da selecção espanhola. Foi uma das peças fundamentais do domínio da sua equipa e pelas conquistas da “La Roja” nas provas internacionais.
Melhor momento: É difícil eleger o melhor momento de Xavi e podia ser simplesmente toda a sua carreira. Isto porque o médio tinha uma consistência soberba e é praticamente impossível apontar-lhe uma má exibição. Ficamos então com a goleada do Barcelona no Bernabéu por 2-6, com quatro assistências de Xavi Hernández!
Médio-Centro
Andrés Iniesta O outro elemento do tal meio-campo de sonho do Barcelona. Como referido, a química entre Iniesta e Xavi era gigante e ambos levaram o Barcelona à conquista de inúmeros títulos. Iniesta apareceu pouco depois de Xavi e foi evoluindo até se tornar tão importante como ele e foi adquirindo uma experiência imensa, até ser a principal figura desta equipa depois de Messi. Aprendeu com os melhores e definiu, tal como os colegas do sector, o estilo de jogo dos catalães, especialmente na era de Guardiola. O médio espanhol tinha as características perfeitas, reflectidas na responsabilidade no sucesso do Barcelona.
Não foi deslumbrante a nível de estatísticas, mas foi mágica a forma como ditou o jogo do Barcelona durante anos. Ao longo da década, arrecadou cinco La Liga e duas Liga dos Campeões.
Melhor momento: Iniesta também fez parte nos anos de ouro das proezas espanholas. Teve uma carreira repleta de grandes momentos, embora o que se sobressaiu foi o golo que deu a vitória à Espanha no prolongamento da final do Mundial 2010, frente à Holanda. Na discussão pelo momento da década.
Médio-Centro
Luka Modric A principal razão, quer seja considerada justa ou não, é que Luka Modric foi o primeiro homem a destronar Cristiano Ronaldo e Leo Messi na conquista da Bola de Ouro. Desde 2008 até 2017, os dois astros dominaram a vitória do prémio. Quando Modric chegou ao Real Madrid demorou a mostrar o rendimento esperado e foi votado no jornal Marca como a pior contratação da época na liga espanhola. Pois o croata calou todos os críticos e alcançou um nível tremendo, sendo agora considerado um dos melhores de sempre dos merengues. Com passagens pelo Tottenham (embora sem títulos) e Real Madrid (palmarés considerável), Modric sempre pautou o jogo ao ritmo que ele gosta e com a sua classe assumiu-se como o patrão do meio-campo.
Melhor momento: A principal razão para ter vencido a Bola de Ouro em 2018, foi devido ao estrondoso Mundial realizado no mesmo ano, depois de vencer a Liga dos Campeões ao serviço dos blancos. Levou a Croácia à final da competição, uma seleção que certamente não estaria no lote dos favoritos antes da prova iniciar.
Extremo-Direito
Lionel Messi Um jogador que compete à parte, não é deste planeta. Messi desafia as leis da física, com as aulas dentro de campo. Tanto ele como Cristiano Ronaldo eleveram a fasquia daquilo a que o mundo do futebol estava habituado a nível de números e quando aparecerem jogadores a colocarem boas estatísticas, possivelmente não vão ser tão valorizados como deviam, por causa destes dois astros a marcarem mais de 50 golos por ano, como se fosse normal. Só nesta década, Messi esteve envolvido em quase 800 golos. É o melhor marcador da história do Barcelona, da La Liga, da Argentina, apresenta uma média de quase um golo por partida e à medida que os anos foram passando, aumentou as assistências realizadas. Isto deve-se ao facto de o argentino ter adaptado a sua posição ao longo dos anos, alterando as funções dentro de campo.
Messi é de momento mais um jogador de equipa e é o melhor playmaker do mundo. Tudo isto, conseguindo ser o melhor marcador da Europa na mesma. Fantástico!
Melhor momento: São inúmeras possibilidades e Messi escolheu qual o melhor da sua carreira. Foi o golo na final da Liga dos Campeões contra o Manchester United, no entanto, não foi esta década. Há uma quantidade enorme de momentos, como o golo da vitória no Bernabéu aos 92 minutos, seguido do mítico festejo da camisola, ou a exibição na final de 2011 contra o Manchester United. Enfim, é de outro mundo.
Extremo-Esquerdo
Arjen Robben O seu clássico movimento de puxar para o pé esquerdo marcou esta década. Depois de ganhar espaço, já se sabia qual era o destino da bola. Robben realizou campanhas esplêndidas ao serviço da selecção, principalmente nos Mundiais 2010 e 2014, nos quais chegou à final e meias-finais, respectivamente. Ao serviço do Bayern de Munique venceu todos os títulos possíveis a nível nacional e ainda uma Liga dos Campeões.
Melhor momento: Foi precisamente na Liga dos Campeões conquistada, que teve o episódio da carreira. Robben deu a vitória à sua equipa num duelo contra o Borussia Dortmund, na final da competição, com um golo perto do final da partida.
Avançado
Cristiano Ronaldo Partilha o título de extraterrestre com Lionel Messi. São os dois jogadores mais mediáticos e muito possivelmente os dois melhores da história do futebol. Bateram uma série de recordes de golos e juntos têm um total de 11 Bolas de Ouro. Se por ventura existisse apenas Ronaldo, qual seria a quantidade de títulos individuais e colectivos que possuía? Por outro lado, a competitividade entre ambos ajuda a melhorar a motivação para querer ainda mais. Cristiano apresenta uma média de praticamente um golo por jogo nesta década e venceu quatro Liga dos Campeões, além de uma série de títulos como Real Madrid e actualmente com a Juventus, onde busca a glória europeia.
Melhor momento – É o jogador mais difícil de escolher o melhor momento, tendo em conta a quantidade de memórias que Ronaldo proporcionou. A escolha de qualquer das formas recai para um episódio emocionante, que o próprio atleta nem estava a jogar. Foi na final do Euro 2016, com Cristiano obrigado a sair no início da partida devido a lesão e, juntamente com Fernando Santos, orientou, sofreu e festejou a glória europeia portuguesa."

Sem comentários:

Enviar um comentário

A opinião de um glorioso indefectível é sempre muito bem vinda.
Junte a sua voz à nossa. Pelo Benfica! Sempre!