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sexta-feira, 28 de junho de 2019

Belenenses tem o que não se compra

"O Clube de Futebol Os Belenenses, escudado em sentença judicial, fez um ultimato à Liga de Clubes, no sentido da proibição da utilização da sua marca por entidades terceiras. Ou seja, para simplificar, o Belenenses, com o apoio de duas sentenças, uma do Tribunal de Propriedades Intelectual, e outra do Tribunal da Relação, não quer uma equipa chamada Belenenses, SAD a participar na Liga. Poderá, quanto muito, ser BSAD, de acordo com o registo vigente.
Numa coisa o Belenenses tem razão: a Liga de Clubes não pode continuar a assobiar para o lado como se nada tivesse, entretanto, acontecido.
Este caso, que mostra como foi pouco cuidadosa e avisada a chamada Lei das SAD, irá conhecer novo agravamento quando o Belenenses alienar os dez por centro que ainda tem da SAD. Logo que isso aconteça, haverá uma equipa a disputar o principal escalão do futebol português sem vínculo físico (abandonou o Restelo), material (o Belenenses não é accionista), ou imaterial (não pode usar a marca, ou seja, nome, símbolo e lema) ao clube de onde derivou.
Quem olhar para esta situação, independentemente do lado da barricada que ocupar, ou mesmo se estiver numa posição de neutralidade, não pode deixar de sentir um profundo desencanto. À beira de celebrar o centenário, vale ao Clube de Futebol Os Belenenses uma implantação social que, ao contrário das acções da SAD, não se compra, e que lhe permitiu reinventar-se, apostando nas modalidades e no futebol de formação, como elementos aglutinadores de sócios e adeptos nestes anos de travessia do deserto. O Belenenses é um grande clube."

José Manuel Delgado, in A Bola

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