"A iniciativa “Thinking football summit” é boa. Reúne muitos dos protagonistas do futebol português para falarem sobre este, revelando muito do que se vai fazendo com vista ao salto qualitativo necessário, apesar de também expor as diferentes velocidades (e direcções) a que se movem alguns dos protagonistas.
Senão, vejamos:
O presidente do Sport Lisboa e Benfica, Rui Costa, entrevistado por Vanda Cipriano, coordenadora do departamento de comunicação da Liga Portugal e antiga jornalista do Record, abordou temas como o título conquistado na temporada passada, a ambição de novas conquistas, o sonho europeu, o investimento no estádio e sua envolvente para melhorar a experiência dos adeptos, potenciar o apoio e atrair mais público, a notável procura dos benfiquistas por lugares de época e bilhetes, as perspetivas para o Benfica Campus, a marca Benfica, a eventualidade do naming do estádio, a conciliação entre aspectos desportivos e financeiros na gestão desportiva, a relevância da formação na estratégia definida, o modelo de governação, o trabalho de equipa ao nível das decisões, o papel dos dirigentes no desenvolvimento do futebol, a centralização dos direitos televisivos, o posicionamento do Benfica relativamente à melhoria do futebol português sempre salvaguardando os interesses próprios, os constrangimentos face a campeonatos de outros países e mais algum que me tenha escapado.
Em claro contraste, o presidente do Futebol Clube Porto, Pinto da Costa, entrevistado por Rui Cerqueira, da comunicação do Futebol Clube do Porto, mandou bocas e nada acrescentou.
Não surpreende. Ainda recentemente, o FC Porto não se fez representar no Liga Portugal Awards devido, ao que parece, a uma qualquer querela com a CNN Portugal, tal é o respeito pela Liga e o empenho na promoção do futebol nacional. Já para não referir a míngua de conferências de antevisão aos jogos do treinador portista nesta temporada.
Para quem tivesses dúvidas, assim se esclarece quem é interessado em desenvolver e modernizar o futebol português e quem, pelo contrário, não mais pretende além da insistência em fazer do passado presente, moldando-se às exigências quotidianas com os objectivos, métodos e postura de sempre.
Houve muitos outros intervenientes, uns interessantes (desde logo Roger Schmidt), outros nem por isso. E um momento difícil de assimilar.
Vítor Murta, presidente do Boavista, passados dias de um árbitro se ter deixado ludibriar por mais uma das milhentas simulações de Taremi, a qual, vá lá, foi revertida apesar das comunicações do VAR estarem em baixo por falta de electricidade na fonte de alimentação do sistema no estádio do Dragão, afirmou o seguinte: “O Taremi simula? Qual é o problema? Está lá a fazer o papel dele. (…) Andarmos a falar de tomadas. O Taremi está lá a fazer o papel dele e o árbitro e o videoárbitro que façam os seus. Cada um tem o seu papel, temos de cuidar do futebol e deixar de dar tiros nos pés.”
Concordo com a última afirmação. E sugiro a Vítor Murta que comece por se retratar, pois seria uma boa maneira de não dar (mais) tiros nos pés."
João Tomaz, in O Benfica
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